sábado, 22 de novembro de 2014


PALHAÇO

O riso indiferente do palhaço
faz graça no despenhadeiro circular
da arena. A inconsequência da brincadeira
na falsa impressão de dor e medo.
Confunde a platéia em trejeitos e barulhos
esquecidos no sentido da seriedade. Na ilusão
catatônica das crianças se apresenta
o adulto histriônico. A criança
cresce no momento de se fazer palhaço
pela vida inteira. Arruma o nariz sobre a face
e desconsidera a boca rasgada ao verbo.
A luz acesa permite o reconhecimento.

 
(Pedro Du Bois, inédito)
 


2 comentários:

Pedro Du Bois disse...

Grato, amigo Luís, pelo destaque. Abraços. Pedro.

luis santos disse...


Para além do mais um palhaço encanta as crianças e inscreve um sorriso no ar. Obrigado Pedro. Abraço.