sábado, 18 de novembro de 2017

José Flórido


Creio que se deve adquirir, cada vez mais e melhor, uma perspetiva holística da realidade. Daí que a atividade criadora exija que o ser humano se esforce no sentido de usar todas as suas faculdades, desenvolvendo-as harmoniosamente em todas as direções. O que só é possível, evidentemente, desde que se reconheça primeiramente a relação de interdependência entre todas as coisas. É por isso que observo com alguma desconfiança as supostas vantagens de certas especializações, send...o até costume dizer-se, com alguma ironia, que um "especialista é alguém que sabe muito de pouca coisa".
Ora, apesar de já vivermos numa era, designada por Pós Industrial, em que o trabalho físico é realizado, na sua maior parte, pelas máquinas, e o mental pelos computadores, não deixa no entanto de ser interessante refletir no conteúdo do seguinte apontamento:


"Quando Henry Ford começou a fabricar um determinado modelo de automóveis, eram necessários 7882 trabalhos especializados. Ford observou então que, desses 7882 trabalhos especializados, 949 requeriam homens fortes, aptos e praticamente perfeitos fisicamente; 3338 requeriam apenas homens de força física vulgar, podendo a maior parte dos restantes ser executados por mulheres ou por crianças crescidas. O que levou Henry Ford a afirmar friamente: "verificámos que 670 desses trabalhos podiam ser desempenhados por homens sem pernas; 2637 por homens só com uma perna, 2 por homens sem braços, 715 por homens só com um braço, e 10 por homens cegos."
De onde se conclui que uma tarefa especializada não exige uma pessoa inteira. Mas apenas uma parte."


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