Uma Revista que se pretende livre, tendo até a liberdade de o não ser. Livre na divisa, imprevisível na senha. Este "Estudo Geral", também virado à participação local, lembra a fundação do "Estudo Geral" em Portugal, lá longe no ido século XIII, por D. Dinis, "o plantador das naus a haver", como lhe chama Fernando Pessoa em "Mensagem". Coordenação de Edição: Luís Santos.
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sábado, 2 de junho de 2012
Sobre José Craveirinha - Prémio Camões
Sobre JOSÉ CRAVEIRINHA (JC), notas avulsas escritas por João Craveirinha, sobrinho (JC3). Olisipo 30 Maio 2012.
Depois do falecimento em Portugal (4 julho 1997) de seu irmão mais velho, JOÃO Craveirinha sénior (1920-1997, JC1, pai de JC3), o poeta e pensador JOSÉ Craveirinha (1922-2003, JC2) seria o patriarca da família Craveirinha de Moçambique [1997 a 2003].
Na imagem foto inédita dos mais velhos da FAMÍLIA CRAVEIRINHA de Moçambique (Mussa iMbique), em 1977, na cidade de nome tradicional ronga de kaMpfumo (ex-LM colonial), rebatizada de Maputo em 3 de Fevereiro de 1976 às 9,35 min., pelo Presidente Samora Machel.
Na foto o 1º à direita é o laureado poeta JOSÉ Craveirinha (JC), amigo pessoal de líderes como Nelson Mandela, sul-africano, e de Samora Machel, moçambicano; dos autores Jorge Amado, brasileiro, e do português José Saramago; a primeira autora na pintura moçambicana, a pintora luso-moçambicana Bertina Lopes. Os poetas: o moçambicano Rui Nogar (Rui Moniz Barreto) e o cubano Nicolas Guillen; do escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez, entre tantos e tantas figuras mais, das artes e letras e da política. JOSÉ Craveirinha admirava ainda o perfil intelectual de Ernest Hemingway, ainda que abominasse a bebida e o tabaco “solidarizava-se” também com E. Hemingway na questão da atração pelas mulheres belas e inteligentes.
JOSÉ Craveirinha é um dos pioneiros, mundiais, da corrente da poesia da “negritude” na década de 1940-1950. Nessa época o poeta JOSÉ Craveirinha não tinha tido contactos com essas literaturas (de Senghor e Césaire) por serem ainda desconhecidas. José Craveirinha enveredou por uma via autónoma.
JOSÉ Craveirinha (JC) poeta-jornalista admirava a literatura e a cultura afro-americana de Charles W. Dubois, Langston Hughes, Ralph Ellison, autor de INVISIBLE MAN, Amiri Baraka (ex-LeRoy Jones), a diva do gospel Mahalia Jackson, no jazz o sax tenor Coleman Hawkins, o pianista Duke Ellington e o sax alto Charlie Parker, "YardBird"; Joe Louis do boxe alcunhado/apelidado the Brown Bomber (a bomba castanha), Jess Ownes no atletismo, o afro-americano que “humilhou” Hitler em 1936; o moçambicano Rondeu uáMpfumo no futebol, et cetera. JOSÉ Craveirinha (JC) reabilitou e promoveu publicamente a culinária moçambicana, e o ritmo e dança da marrabenta na década de 1950-1960, quando quase todos os “negros” assimilados (urbanizados) e “mestiços,” as desprezavam por complexo colonial. Para esses, civilização era ouvir o Fado e comer “cozido à portuguesa” ou “bacalhau com todos” desprezando a cultura afro-baNto. JOSÉ Craveirinha foi também exímio dançarino de quase tudo incluindo o tan-gô e a rumba e o merengue, sem esquecer o samba tradicional do chorinho ao forró (for all). No entanto, JC, sem complexos também gostava de ouvir Franz Listz nas “Rapsódias Húngaras para Piano” [Ungarische Rhapsodien] entre outros.
Todavia, o seu pensamento continua vivo como um visionário inconformado contra as injustiças sociais. Da mesma forma que combateu o colonialismo português até 25 de Abril de 1974, no fim da sua vida era um crítico mordaz do sistema político imposto em Moçambique de 1975 a 2003 ano do seu passamento físico. SE, se conteve mais foi por pensar nos seus herdeiros. A sua obra póstuma confirmará um dia. [JDMK, pseudónimo JK/JC3].
João Cravierinha
Websites:
. «Maputo “nasce” a 3 de Fevereiro de 1976 às 9h:35 min.»
Fonte: Escola Portuguesa de Moçambique
http://epm-celp.blogspot.pt/2007/11/de-loureno-marques-maputo-alguns-dados.html
. Charles Parker: http://airjudden.tripod.com/jazz/charlieparker.html
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