segunda-feira, 30 de abril de 2012

Carta Aberta à CPLP de Apoio à Guiné-Bissau


Nós, Cidadãos Lusófonos, estamos fartos:
- estamos fartos de grandes proclamações retóricas, sem qualquer atitude consequente.
- estamos fartos de ouvir que “a nossa pátria é a língua portuguesa”, sem que isso tenha depois qualquer resultado.
- estamos fartos de escutar que a convergência lusófona é o nosso grande desígnio estratégico, sem que depois se dêem passos concretos nesse sentido.

Nós, Cidadãos Lusófonos, sabemos bem que a CPLP só faz o que os Governos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa a deixam fazer e, por isso, responsabilizamos sobretudo os Governos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa pela inoperância da CPLP, 15 anos após a criação. Muitos desses Governos parecem continuar a considerar que a CPLP só serve para promover sessões de poesia – nada contra: sempre houve na nossa língua excelente poetas. Mas a CPLP tem que agir muito mais – não só no plano cultural, mas também no plano social, económico e político.

A situação a que chegou a Guiné-Bissau é um dos exemplos maiores dessa inoperância. Como o MIL há vários anos alertou, teria sido necessário que a CPLP se tivesse envolvido de modo muito mais firme, para além das regulares proclamações grandiloquentes em prol da paz, proclamações tão grandiloquentes quanto inócuas. Como sempre defendemos, exigia-se a constituição de uma FORÇA LUSÓFONA DE MANUTENÇÃO DE PAZ para realmente pacificar a Guiné-Bissau e defender o povo irmão guineense dos desmandos irresponsáveis e criminosos de muitas das suas autoridades políticas e militares.

Dada a situação extrema a que se chegou, só agora a CPLP parece acordar, ao propor “uma força de interposição para a Guiné-Bissau, com mandato definido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, em articulação com a CEDEAO – Comunidade Económica dos Países de África Ocidental, a União Africana e a União Europeia”, bem como a “aplicação de sanções individualizadas” aos militares envolvidos neste último golpe militar – nomeadamente, a “proibição de viagens, congelamento de bens e responsabilização criminal”.

Obviamente, nós, Cidadãos Lusófonas, concordamos com essas propostas.
Apenas esperamos que não cheguem demasiado tarde. E, sobretudo, que não fiquem por aí. O apoio à Guiné-Bissau terá que se estender aos mais diversos planos – desde logo, ao da Educação, da Saúde e da Economia. É mais do que tempo que o povo martirizado da Guiné-Bissau possa viver em paz, com acesso à Educação e à Saúde e com uma Economia que lhe permita viver dignamente.

Nós, Cidadãos Lusófonos, exigimos isso. E por isso exortamos a CPLP a dar, finalmente, passos concretos nesse sentido.

Subscreva e Divulgue aos seus contactos!!

MIL: Movimento Internacional Lusófono
www.movimentolusofono.org

domingo, 29 de abril de 2012

Ousadia



Fernanda Leite Bião



Luto pela liberdade do cárcere da existência
A gaiola dos costumes me algema
E minhas asas já nasceram cortadas.

Fujo da mentira de mim mesma
Das ilusões que escarnecem das ideias
Das palavras bonitas e trameiras
E do medo que me afasta da coragem.

Procuro a luz da consciência
Nesse palco sem cor, sem brilho
Onde seus expectadores nada veem
Somente os movimentos repetitivos e mortos.

Clamo o sol do esclarecimento
Para que eu veja direito
O que está escondido atrás da cortina da vida.

Mistério?
Pra quê?
Preciso é compreender
Para saber me mover.

sábado, 28 de abril de 2012

...Tudo isto é Fado


Vendas Novas, 23 de Abril de 2012

A VACA E A CENOURA

JAMES EPHRAIM LOVELOCK é um daqueles superdotados que nos põe a todos felizes por pertencermos à espécie humana e um tanto invejosos da sua sabedoria. Investigador em várias áreas, inventor e colecionador de doutoramentos – Física, Química, Medicina, Matemática –, a sua fama em todo o mundo derivou sobretudo das suas originais propostas, por vezes muito controversas, como ambientalista.
É o grande arauto da chamada Hipótese Gaia, que procura explicar o comportamento sistémico do nosso planeta, olhado como um superorganismo. Contra a corrente dominante entre os ambientalistas, é um defensor acérrimo do nuclear, que considera a única alternativa realista aos combustíveis fósseis para dar resposta às enormes necessidades energéticas da humanidade sem aumentar os gases com efeito de estufa.
Lembrei-me de o trazer aqui, não propriamente para desenvolver as questões atrás referidas, mas porque me lembrei duma sua frase bem-humorada. Perguntado por que se tornara vegetariano, respondeu: «É que, quando se lhe espeta uma faca, uma vaca grita mais do que uma cenoura».
Isto transporta-nos para uma dimensão ética da vida, mas também não é disto que quero falar. Competentes nesta área serão as pessoas ligadas ao PAN, o partido dos amigos dos animais. Eu prefiro falar para os pecadores, principalmente para aqueles que são capazes de tornar o mundo melhor sem deixarem de ser egoístas.
Longe de mim, creiam, querer converter os meus leitores às delícias da alface e da cenoura, mas já pensaram que as grandes manadas de gado bovino causam mais prejuízo ao buraco do ozono do que a circulação automóvel?
Meus amigos, é preciso ser egoísta, mas consequentemente.
Acham racional que, na alimentação dos animais que transformamos em alimento, se gastem quatro quilos de proteínas vegetais para obter apenas um quilo de proteína animal?
E sabem que mais? As próximas guerras de países vizinhos terão como motivo a disputa da água, que se está a transformar num bem demasiado escasso. Antigamente, no interior do país, era vulgar um vizinho matar à sacholada o outro que lhe desviava o rego de água das regas. É isto que se vai passar entre países vizinhos, se não arrepiarmos caminho.
A sachola ficou só para as batatas quando a água pareceu ficar abundante pelo recurso a represas, barragens e furos artesianos. Porém, quando se percebe que um dado campo suscetível de produzir 100 toneladas de batata, transformado em pasto não conseguirá sequer produzir uma tonelada de carne bovina, percebe-se também como somos irracionais na produção, principalmente se soubermos que um quilo dessa carne nos pode custar, no mínimo, 10 mil litros de água.
 Devíamos levar o nosso egoísmo a sério. Já viram que, para produzir um quilo de arroz, precisamos de cerca de 2 mil litros de água, ao passo que um quilo de carne bovina nos exige cinco vezes mais?
Ser egoísta pode ser uma grande virtude.

Abdul Cadre


(Nota do editor: Crónica já publicada no Jornal do Barreiro)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Falta um novo “25 de Abril”


Democracia de Base versus Democracia de Mordomias

O povo cada vez tem de cavar mais coutos para poder manter um só novo-rico. Por esta e por outras se vai ouvindo, com veemência, por todo o lado, que falta um novo “25 de Abril”. Isto é um desabafo de impotência e desilusão dum povo que se sente encurralado!

Vasco Lourenço, líder da A25A, que, há 38 anos, foi um dos grandes actores da Revolução dos Cravos, disse ontem, no discurso do Rossio em Lisboa, que tanto  responsáveis políticos como Assembleia da República  "já não representam a sociedade portuguesa" e que já não estão "à altura das funções para que foram escolhidos".  Acusa as elites portuguesas de actuarem "à porta fechada, escamoteando a realidade aos portugueses".

Este é um depoimento importante que merecia ser analisado fora do discurso politiqueiro enquadrado no dia-a-dia português; é um verdadeiro ataque à partidocracia portuguesa que, de facto, desde a sua origem, nunca se manteve à altura do legado de Portugal nem dos interesses do Povo português. Consequentemente haveria que questionar a Constituição que privilegia os partidos e elaborar um novo sistema de representatividade.

Desde as invasões francesas a alma portuguesa encontra-se empalamada.
É um escândalo ver como suportamos parlamentos demasiado numerosos em países pequenos e como alimentamos eurodeputados insaciáveis. O mau exemplo vem das elites. A "realidade" de políticos e da propaganda partidária não tem nada a ver com a realidade do povo. Os vencimentos de personalidades políticas e de administradores de empresas públicas e privadas são a melhor prova de que o sistema falhou e se encontra ao serviço de alguns!

As organizações partidárias portuguesas encontram-se eivadas dum espírito mafioso engravatado e culto que não dá nas vistas. Em vez da preocupação pelo povo domina o interesse pela progressão na hierarquia partidária, por vezes sem quaisquer escrúpulos. A sociedade portuguesa foi habituada e alimentada com o discurso político à custa do discurso cultural, social e económico.

A situação económica em que nos encontramos é consequência da crise cultural e moral que criámos.  É urgente que políticos e elites, em geral, se convertam por atitude de inteligência ou mesmo oportunista. Se não se converteram à honra e  à dignidade humana, o nosso futuro tornar-se-á num inferno. A partidocracia aliada aos poderes subterrâneos tem desacreditado a democracia representativa e encontra-se com a colectividade a caminho da ruina.
A alternativa está numa metanóia de elites e de povo. A mudança passará da filosofia da afirmação do eu à custa do tu e do nós para uma ética de afirmação do nós onde o eu e o tu cresçam em dignidade e respeito. O nós passa a ser o ponto de partida e de chegada do nosso pensar e agir. O nós é mais que a soma do eu e do tu.
Realmente torna-se cada vez mais óbvio um novo “25 de Abril” mas não só de cravos vermelhos, no coração de cada um. Já chega de ramos de cravos vermelhos com atilhos pretos. Portugal terá de se tornar num jardim onde crescem todas as flores em dança de cores.

Portugal e a civilização ocidental têm que fazer uma cura. O primeiro tratamento será o de desenvenenar o pensamento!

A geração mais nova e em especial as próximas gerações terão razão acrescentada para pedir contas, a nós, os da geração 68, e ao regime.

António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@gmail.com
www.antonio-justo.eu

CONVITE


Ciclo Agostinho da Silva
Fnac  Chiado - Lisboa (de18 Abril a 4 de Maio de 2012)


18 Abril: Rui Lopo. As “obras de Agostinho da Silva” em confronto com o espólio

Obras: 12 volumes da obra de AS da editora âncora

 26 Abril: Duarte D. Braga. Os projectos de divulgação cultural de Agostinho da Silva

Obras: Volume Biografias de Agostinho da Silva (Âncora)


27 Abril: Maurícia Teles. "Agostinho da Silva, além de Poeta...Poema"

A.S. "Uns Poemas de Agostinho", ulmeiro
A. S. "Quadras Inéditas", ulmeiro
A.S. "Do Agostinho em torno do Pessoa", ulmeiro A.S. Estudos e obras literárias, Âncora


3 Maio: Dirk Hennrich "Um Agostinho da Silva: As "Sete Cartas a um Jovem Filósofo" como autobiografia ficcional."

Textos e ensaios filosóficos, vol. 1 das obras das âncora


4 de Maio: Renato Epifânio "A reflexão de Agostinho da Silva sobre Portugal e a Lusofonia"

obras:
A. Silva "Ensaios sobre cultura portuguesa e brasileira 1" (Ancora) R. Epifânio "Perspectivas sobre Agostinho da Silva" (Zéfiro,2008) R. Epifânio "Visões de Agostinho da Silva" (Zéfiro, 2006)


18 Maio: Paulo Borges. Agostinho da Silva e o encontro inter-religioso
Obras:
*Tempos de ser Deus* de Paulo Borges, ancora *Religião e Metafísica no Pensar de Agostinho da Silva* de Romana Pinho, Imprensa Nacional

quinta-feira, 26 de abril de 2012

d´Arte - Conversas na Galeria LXXXVI

Barraca do Zé Gordo Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre Tela 25x56cm
(clique sobre a imagem para ver em pormenor)

Quando estive a pintar o quadro “Barcos na Praia”, tinha atrás de mim estas barracas de pescadores, que servem para guardar todos os seus apetrechos de pesca. À semelhança do que aconteceu com os palheiros da Costa Nova, foram-se transformando numa segunda habitação para gozar férias. Só não se chamam palheiros porque, como não há caniços, os telhados são feitos com outros materiais…
Não fiquei indiferente ao seu colorido. Para o salientar e à sua rusticidade, utilizei quase exclusivamente a espátula, valorizando as texturas que pretendia. A camada inicial foi dada com Naples Yellow, sem mistura ou diluição, para que esta cor continuasse a respirar através das outras e aquecer toda a atmosfera da tela.
O título deste quadro leva o nome pelo qual é conhecido o dono da barraca. Não conheço o senhor, nunca o vi mais gordo, mas o nome foi dado por uma querida senhora que ficou encantada com os meus quadros dos moinhos de Alburrica. E tinha uma boa razão para isso: A senhora contou-me que viveu grande parte da sua vida nos moinhos…
O quadro “Moinhos de Alburrica”, que já aqui foi exposto, foi comprado pela senhora e colocado em lugar de destaque na sua sala! Com muito orgulho de ambos!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Geometrias - II




Pássaro Azul
Foto de Lucas Rosa
(clique em cima para ampliar)



domingo, 22 de abril de 2012

25 de Abril - O Despertar duma Ilusão(...), por António Justo


"Heróis da revolução, que o povo ainda canta, vivem com ordenados mastodônticos e injuriosos, como nunca na História houve, enquanto muito do povo vegeta com ordenados de miséria que não dão para viver nem para morrer. Tudo acontece  e se legitima à sombra duma democracia que querem prostituta.
Partidos, sindicatos, grupos organizados, etc. instalam-se no aparelho do Estado. Numa guerrilha ímpar de aumentar o próprio lucro e “honra” agregam-se à volta do estado como chulos à volta do bordel."

(...)


Ler Ensaio Aqui

sábado, 21 de abril de 2012

Brasil e Portugal


Para quem gosta de recordar a história , aqui deixo este poema declamado recordando a célebre efeméride da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil que fez precisamente 512 anos no Domingo, 22 de Abril.

Desejos dum excelente fim de semana.
Euclides Cavaco

www.ecosdapoesia.com

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O Largo da Graça



"A Minha Pátria é a Língua Portuguesa"


Quando Fernando Pessoa afirmou que "A Minha Pátria é a Língua Portuguesa" estava também a definir as fronteiras daquilo que para si era o "Quinto Império". E o Império existia.

Mas se o Império Pátrio se esboroou, o "Império" da Língua é bem real e têm sido dados alguns passos bem concretos para a sua consolidação, na política, no desporto, na crescente participação cívica.

Uma maior consciencialização do devir da Língua Portuguesa, decerto, trará novos equilíbrios ao mundo, tal como aconteceu com todo o movimento de expansão ultramarina que se iniciou em Portugal no século XV. Só que agora já não é unicamente de Portugal que se trata, mas antes da Língua Portuguesa. E aqui, embora com outro sentido, a máxima pessoana não podia ser mais actual.

Pessoa publicou a sua famosa máxima no início da década de 30 do século passado. Na altura, a Pátria estendia-se pelo Ultramar. O Brasil já se tornara independente (1822), mas os territórios indianos, Timor, Macau, mais as colónias africanas, tudo fazia parte da Pátria de Pessoa.

Agora que a Nação está entregue a si própria, cabe-nos perguntar o que fazemos dessa herança enorme que advém do facto da Língua Portuguesa ser uma das mais representativas a nível mundial com mais de 200 milhões de falantes.

Secundarizada nos grandes Fóruns Internacionais, como por exemplo na ONU e na UE, onde não tem estatuto de língua escolhida na comunicação interna e externa, também nas políticas nacionais pouco se tem feito por uma afirmação digna da Língua Portuguesa.

É verdade que nos últimos anos a situação tem revelado algumas alterações, desde logo com a criação da CPLP, mas sobretudo com as maiores possibilidades tecnológicas trazidas pela globalização e por uma cidadania que se reconhece ativa, constata-se uma maior consciencialização sobre a questão lusófona.

Muito estará por se realizar e, decerto, que a Mensagem sobre a importância que Fernando Pessoa dava à Língua Portuguesa não tem nos dias de hoje menos sentido, muito pelo contrário.

Luís Santos

quinta-feira, 19 de abril de 2012

d´Arte - Conversas na Galeria LXXXV

Dia da Liberdade Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre papel Canson 400g
(clique sobre a imagem)

Dia do Amor
A Câmara de Santa Comba Dão, terra onde nasceu o ditador António Salazar, cujo regime foi derrubado em 25 de Abril de 1974, incluiu nas suas festas de comemoração da data, em 2009, uma inauguração especial: a do Largo Salazar.
Um autarca, João Lourenço de seu nome, rejeitou qualquer ideia de provocação e declarou: "Nunca me passou pela cabeça tal coisa. Só há três dias, alertado por um presidente de junta do PSD, é que me apercebi da coincidência".
Um antifascista, António Vilharigues, disse: "Escolher as celebrações para inaugurar obras num largo que leva o nome do símbolo do regime fascista derrubado pelo 25 de Abril, é a mesma coisa que no dia da discriminação racial alguém se lembrar de fazer uma homenagem a Hitler ou a qualquer comandante dos campos de concentração de Auschwitz ou Treblinka".
Estas duas posições relatadas nos jornais demonstram que a Liberdade é uma conquista já consolidada.
Falta saber um pequeno pormenor: o que vamos fazer com ela!
No passado mês de Março, foi noticiado pelos jornais, o registo da marca Salazar para vender produtos locais.
Parece que vão começar pelo vinho.
O pior é que não se sabe onde vai acabar...
Boa semana em Liberdade, com Amor!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Patrimônio disponível no portal da Fundação Calouste Gulbenkian



Está disponível na Internet um portal da Fundação Calouste Gulbenkian que sistematiza o patrimônio conhecido de influência portuguesa espalhado pelo mundo.


O ponto de partida foi a obra coordenada pelo historiador José Mattoso, que agora passa a ter versão digital.

São quase dois mil edificios, espalhados por mais de quinhentos locais e datados entre a conquista de Ceuta e a entrega de Macau à China.
O professor e arquiteto Walter Rossa é um dos 76 investigadores envolvidos no projeto. Ouvido pela TSF, sublinhou que o propósito do portal é, para além do levantamento feito, desafiar novos contributos sobre a marca portuguesa no mundo.
O acervo reunido com o patrocínio da Fundação Gulbenkian está disponível na internet, através do endereço www.hpip.org


Diálogos Lusófonos

terça-feira, 17 de abril de 2012

A energia prolonga-se

A energia dos pensamentos/emoções/acções prolonga-se desencadeando energias semelhantes em outros sectores e minando o Coração das pessoas. Seja a guerra (exemplo dado no texto), seja as comuns invejas do dia a dia, seja a "tão afamada actual crise financeira", é preciso cuidarmos, estarmos atentos aos nossos pensamentos e sobretudo às nossas VERDADEIRAS MOTIVAÇÕES.
Se violência gera violência, medo da crise gera miséria. 
E em que é que nos queremos polarizar? Na miséria ou na Abundância e Prosperidade?
Aquilo em que pensarmos e de que tivermos medo é exactamente o "monstro" que estamos a criar.
Então, se quer sair da crise, polarize-se confiantemente na energia da Prosperidade acreditando que o Universo lhe traz de volta aquilo que você distribuir. Faça circular o seu dinheiro, por muito pouco que seja, e nada lhe faltará.
Acredite que a vida é feita de ciclos aos quais não podemos fugir, que nada é só "mau" ou "bom" (estes são conceitos muito relativos), mas sobretudo ACREDITE EM SI!
Leia atentamente o texto abaixo do Omraam Mikhaël Aïvanhov.
E não veja noticiários: acredite que mais de 90% das notícias são manipuladas e feitas para criar medo e insegurança envenenando a mente das pessoas.

Um abraço e boa semana,
Con-fiando!

Paula Soveral 
tlm: 93.6423440


Mensagem de referência 

 As Edições Prosveta têm a alegria de lhe oferecer o pensamento de  Omraam Mikhaël Aïvanhov:

"Os humanos não pensam que as perturbações de que eles são culpados terão consequências muito para além dos atos que os seus maus instintos lhes inspiram. Uma guerra, por exemplo, é já, por si mesma, algo terrível, mas as suas consequências não se limitam às ruínas ou ao número de cadáveres deixados no solo. Os pensamentos e os sentimentos de ódio que levaram a esses massacres continuam a alimentar no espaço correntes destrutivas. Essas correntes envenenam a atmosfera psíquica e atiçam outros focos de guerra.
Então, procurai tomar consciência de que os vossos pensamentos, os vossos sentimentos e os vossos atos não têm consequências só num determinado momento, num determinado lugar. No mundo invisível, eles provocam forças, benéficas ou maléficas, e não se sabe até onde e até quando essas forças agirão."

 Para consultar no site das Edições Prosveta o pensamento do dia paginado, assim como as outras obras de Omraam Mikhaël Aïvanhov: www.prosveta.com.

Para qualquer informação, contacte-nos: prosvetapt@hotmail.com

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Coisas de Mineiro sabido


Com um abraço aos amigos 
Algo para relaxar....
                                                                                       



Muitas são as histórias de médicos contadas nestas paragens do interior de Minas Gerais. No inicio de século passado, quando  o sertão ainda era pouco habitado e as corrutelas  de difícil acesso,  os médicos  viajavam léguas e léguas em estradas de terra batida para atender chamadas em áreas rurais de pacientes ou enfermos impossibilitados de se locomover. O médico era requisitado, a qualquer hora do dia ou da noite, no consultório ou até mesmo em casa. A história que vou relatar é conhecida pelos profissionais mais antigos como sendo verdadeira.

Numa noite de temporal, beirando a meia-noite, batem à porta da casa de um doutor da região.  Sonolento, resmungando o inconveniente da hora, sai da cama e, em  pijama, abre a porta da entrada da casa. Era um homem grande e forte que,  no alpendre, pede para lhe falar. O vento forte fez com que o médico o convidasse para entrar, o que ele prontamente atendeu trazendo lama das botas e água acumulada nas abas do chapéu para o tapete do hall.
Direto, sem rodeios, o peão perguntou-lhe quanto o médico lhe cobraria para ir até o Ribeirão da Onça. 
É muito longe? Pergunta o médico.
Bem,  uma poucas léguas... Responde  o peão.
Vamos no meu carro?A estrada está boa? Pergunta o profissional.
O peão "meio" sem convicção diz:
Quando saí de lá a estrada "tava" boa ...mas o preço o Sr. é quem faz...
O médico pensou, para vir me chamar a estas horas da noite o problema deve ser sério, e depois um profissional não deve recusar um chamado, pode ser um caso grave! Fez os cálculos e cobrou um preço justo para ambos, considerando a situação e o horário. Vestiu  o sobretudo e a roupa e sobre o pijama, colocou os sapatos, pegou a maleta,  avisou a mulher, e foi para a estrada com o caboclo, depois de muito custo para o velho  carro pegar.
A tempestade tropical não dava trégua. A chuva caía violenta diminuindo a visibilidade, apesar do trabalho incessante do vai-e-vem do pára-brisa do calhambeque. Os raios rasgavam o negrume do céu, como faíscas brilhantes anunciadas pelos trovões retumbantes que faziam tremer a terra. O caminho que levava a Ribeirão virara um lamaçal onde o carro derrapava em zig-zag com frequência.  Os buracos cheios de água e lama, pouco visíveis naquela turbulência, eram uma cilada constante a cada palmo rodado. De repente, apesar de todo o cuidado, o carro resvalou e caiu num atoleiro. O susto e a contrariedade fazem o médico soltar um palavrão, coisa pouco elegante a pessoa educada como o ele. Já estava arrependido de ter saído para atender sem tomar conhecimento do caso com mais detalhes.  No banco ao lado,  o peão,  prestativo, logo se ofereceu para ajudar naquela situação difícil:
"O dotô pisa fundo e eu empurro o bicho para frente". O médico pensou, reconfortado, olhando a musculatura hipertrofiada do peão, bem visível, debaixo da roupa molhada; quem sabe esse fortão não consegue nos tirar desta enrascada.... E  assim depois de várias tentativas, muita fumaça, esforço  e gritaria, o carro saiu do atoleiro.  Mas,  para temor e desconfiança  do motorista o  grandalhão, todo enlameado, sentou-se no banco traseiro, deixando  o médico com a pulga atrás da orelha. Este sentiu um arrepio correr-lhe a espinha, ao lembrar-se de uma situação semelhante que se passara  com um colega que fora assaltado e roubado na estrada da mesma maneira...Armados com facas, os bandidos o renderam. Quiseram até cortar os dedos do profissional para tirar-lhe a aliança e o anel de formatura, pois com a idade ele engordara... A sorte foi que o médico tinha vaselina na pasta, e , para gozação dos malandros, usou-a para soltar os anéis.
Preocupado, disfarçadamente, com uma das mãos procurou a maleta, abriu-a  e buscou no fundo dela, debaixo dos apetrechos de médico, o revolver. Naquelas bandas,  antigamente,  as armas de fogo eram indispensáveis e inseparáveis companheiras de  aventureiras jornadas... 
A cada lufada de vento crescia o medo e o arrependimento, até que,  finalmente,  chegaram à casa do caboclo, que sorrindo disse:
Pode largar a garrucha “seu dotô” chegamo... . E meio sem-graça,  entrou na casa chamando a esposa, aos berros...
Joana, ó Joana...ocê tá melhor?
Do quarto sai a mulher de camisola, espreguiçando-se, espantada com toda aquela barulheira... Ora, home, eu não tô doente...e como é que ocê conseguiu chegar, com esse temporá...eu só ia te esperá amanhã....
Sem entender nada o médico olhava estupeficado aquela cena doméstica, até que o espertalhão do caboclo, sem saída,  explicou :
Pois é ...eu perdi o ônibus, sem lugar pra ficá, e sem taxista que quisesse  me trazer até aqui por dinheiro nenhum do mundo,  a solução foi procurar o doutor ...
Dizem também que o médico não fez por menos. Consultou os dois, pediu exames preventivos, cobrou honorários com acréscimos de atendimento noturno e fora de logradouro, gastos de gasolina, limpeza do carro, risco de vida, ...E ainda ganhou do sabido caboclo frango em pé, ovos, picuás de verduras e frutas, e a promessa de uma leitoa pro final do ano!
Coisas de caboclo folgado, coisas de mineiro sabido...
Maria Eduarda Fagundes
Uberaba, 12/04/12

domingo, 15 de abril de 2012

Geometrias - I



Escadas para o céu
Foto de Lucas Rosa
(clique em cima para ampliar)

sábado, 14 de abril de 2012

Meditação Transcendental e Saúde Mental

Caros amigos,

Se me permitem gostaria que pudessem no mínimo aperceber e divulgar o efeito das drogas (mesmo as lícitas) na emergência das lesões cerebrais que impedem por sistema - por exemplo - o sucesso académico dos estudantes, e no máximo - a contribuição da Meditação Transcendental para a regeneração dos tecidos cerebrais e desenvolvimento do córtice pré frontal  (desde os anos 90 pelos trabalhos do professor Nicolai Nicoliavitch Lyubimov), além dos neurocientistas Fred Travis, Alarik Arenander e do psiquiatra Norman Rosenthal, entre outros.

O Reino Unido introduziu em setembro passado através do Dec Lei das Free Schools a Meditação Transcendental no sistema nacional de educação. 

Portugal regista uma taxa nacional de 30% de problemas de saúde mental (a previsão a nível mundial pela OMS é da sua triplicação nos próximos decénios relativamente ao ano de 2012.)
Queremos viver num Portugal mentalmente medicado?

AbraÇos e total disponibilidade para esta causa,
Eduardo Espírito Santo

sexta-feira, 13 de abril de 2012

GÜNTER GRASS PERSONA NON GRATA EM ISRAEL

Indignação contra Indignação – à volta do Poema “O que tem de ser dito”

António Justo

Alguns dias antes da Pessach (festa judaica), a “inocência” de Günter Grass, inicia, com a sua prosa poética, uma campanha sobre uma região que só conhece o calvário. O nobel da literatura emprega a sua tinta em papel sem mata-borrão, num assunto de trincheiras, todo ele constituído de preconceito e agressão.

O Governo de Israel reagiu drasticamente à poesia provocante de Grass declarando-o como pessoa indesejada; negando-lhe assim a possibilidade de entrar em Israel. A argumentação oficial para justificar tal acto parte do pressuposto que Grass tenciona com a poesia “atiçar o fogo do ódio sobre o Estado e o Povo de Israel”.

“O que tem de ser dito” (Was gesagt werden muss), texto controverso de Grass, publicado por todo o lado, afirma que “O poder nuclear de Israel é uma ameaça à já frágil paz mundial”; Grass refere ainda: „estou cansado da hipocrisia do Ocidente”. Critica também o facto de a Alemanha fornecer submarinos a Israel.

O publicista Henrich M. Broder reagiu afirmando que Günter Grass “sempre teve um problema com judeus” afirmando mesmo que Grass é um “protótipo do anti-semita intelectual “ que quer cobrar culpa e sentimentos de vergonha com a História. O autor Ralph Giordano atesta o versar de Grass como um “ataque à existência de Israel”.

Grass afronta Israel ao colocar a teocracia fascista iraniana ao mesmo nível da sociedade israelita. Emprega, no texto, a expressão nazi que pretendia “extinguir” os judeus pondo essa palavra na intenção dos judeus perante o Irão como se os judeus pretendessem realizar um “holocausto”.

Israel considera o Irão como o maior perigo para a sua existência devido às suas agressões verbais oficiais e ao seu apoio ao terrorismo. Israel encontra-se entre a espada e a parede: entre a superioridade das forças armadas convencionais dos povos maometanos circundantes e a própria superioridade atómica. Especulações sobre uma possível intervenção de Israel contra as instalações atómicas iranianas são vistas criticamente quer por israelitas quer pelo estrangeiro. Pelo contrário o Irão quer ver Israel irradiado do mapa, como testemunham políticos iranianos quando dizem, entre outras frases: “Em nove minutos extinguiremos Israel do mapa, o mais tardar em 2014”. O Irão apoia várias organizações radicais islâmicas palestinianas bem como a organização paramilitar Hizbollah constituída por fundamentalistas islâmicos xiitas no Líbano que se darão por satisfeitos quando virem os judeus no mar.

No conflito israelo-árabe domina o cinismo de posicionamentos antagónicos e a inocência de adeptos partidários. Parece que nos encontramos numa situação louca, em que reina a contradição, onde tudo fala e tem razão.

Este berro de Grass obsta ao tédio da normalidade adaptada. Neste tempo de conformismo em que os intelectuais perderam a soberania da intervenção e interpretação no discurso público, a intervenção de Grass até parece oportuna pelo menos para uma facção e porque dá satisfação a uns e a outros dá a oportunidade de falar dela. Grass goza da graça do estado de não precisar de trazer a tesoura na cabeça, podendo dizer sem filtro o que pensa sem correr o perigo que os Media percam o interesse nele e que o seu grande público o abandone. De lamentar é que não haja intelectuais de outras cores a pisar o risco do oportuno. Para lá dos devotos e dos adversários de Grass o importante seria uma reflexão a-perspectiva sobre o conflito entre israelitas e a liga árabe. Que uns vejam a realidade com o olho direito e outros com o esquerdo é normal. O que não é normal é que um homem como Grass que vestiu a farda nazi não se preocupe em ver o mundo com os dois olhos abertos.

Günter Grass, prémio nobel da literatura em 1999, agora com 84 anos, já viu milhões dos seus livros publicados, sendo um intelectual reputado. Numa classificação dos intelectuais mais destacados, a revista alemã “Cícero” em 2007 colocava o papa Bento XVI em primeiro lugar, o escritor Martin Walser em segundo e Günter Grass em terceiro.

Grass, sempre sobressaiu pela sua intervenção pública, destacando-se na crítica ao regime da antiga DDR (Alemanha Oriental), à guerra do Iraque e no apoio ao Partido Social Democrata (SPD) alemão.

O facto de Günter Grass se ter inscrito como freiwillige aos 15 anos nas Waffen-SS e ter sido convocado aos 17 anos (1944) para a 10. Divisão-SS de Blindados “Frundsberg” não deve ser abusado para o difamar. São etiquetas que querem fixar o indivíduo a uma fase da vida como se a pessoa não fosse processo sujeito à mudança.

À tomada de posição histérica de Grass segue-se a histeria dos que o atributam de anti-semita.

Grass alimenta a maquinaria da indignação servindo-se dos Meios de Comunicação. Assiste-se a um protesto obediente, como sempre em torno da forma sem chegar ao conteúdo, em torno de grupos de interesse mas sempre à margem das pessoas concretas que vivem em Israel e na “Palestina”. Muitos procuram no jogo do poder a sua sorte.

Estes dias não têm sido favoráveis a Grass nem à causa israelo-palestiniana. “Quem semeia ventos colhe tempestades”, confirma o ditado português. “O que tem de ser dito” encobre o por dizer!

O aplauso a favor ou contra vem sempre do canto errado. O conflito israelo-árabe é demasiado complicado para se poder sair dele sem se sujar as mãos e a mente.

O calor da discussão desencadeada por Grass pode tornar-se num sinal de como um Norte de África a ferver varrerá com a inocência duma Europa futura.

António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@gmail.com
www.antonio-justo.eu

quinta-feira, 12 de abril de 2012

d´Arte - Conversas na Galeria LXXXIV


Pele de Pinheiro Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre Tela 50x50cm

A minha entrade de 7 de Abril, de 2010, The Unknown God, concluía assim:
E já olharam bem de perto a casca de um pinheiro-manso? As suas diversas camadas estão perfeitamente definidas, consoante o tempo de exposição ao sol, com uma inenarrável gama de cores quentes, delimitadas por traços de tinta-da-china preta, num trabalho delicado, que só pode ser de algum UNKNOWN GOD…
Como não tive nenhuma resposta, parti do princípio que ainda não a tinham olhado e apreciado em todo o esplendor da sua beleza.
Aqui está a oportunidade de confirmar que não exagerei!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ao Longe


Vai para longe
não leva a bandeira
fala com os de longe
não leva a pátria
sorri aos de longe
o sorriso esconde
a veracidade:

está aqui
na casa
na rua
na calçada
na mesa
no fundo
do bar

longe é estar presente
em não acontecimentos.

 (Pedro Du Bois, inédito)
http://pedrodubois.blogspot.com


CONVIDO para o lançamento do meu livro, Brevidades, editado através do Projeto Passo Fundo, com prefácio do Poeta Jorge Tufic,
comentário (orelha) do Historiador, Poeta e Crítico Paulo Monteiro e 4a. capa de Tânia Du Bois, em 19.04.2012, na Livraria Nobel
(Rua Gal. Osório, 1148), em Passo Fundo (RS), a partir das 18 horas.



segunda-feira, 9 de abril de 2012

O Budismo: conceitos importantes


 Siddharta Gautama, “O Buda”, nasceu na Índia há perto de 2600 anos. Um príncipe que estava destinado a suceder a seu pai na regência do reino.

Certo dia, ao sair do Palácio e ao deparar-se com a vida mundana, com a miséria e a pobreza, acaba por ficar muito sensibilizado com o contacto que tem com a doença, o sofrimento, a velhice e a morte. Decide, então, renunciar à vida na corte e tornar-se asceta com a pretensão de vencer esses malefícios. Só depois disso poderia regressar ao convívio dos pais, da mulher, do filho. Foi essa a regra que impôs a si próprio.

Reza a história que haveria de atingir o nirvana (libertação) quando, já depois de ter abandonado a vida de asceta, meditava debaixo de uma figueira. É, então, que são formuladas as 4 nobres verdades do Budismo:
1-     O reconhecimento do sofrimento como inerente à vida humana e como algo que é indesejável. Toda a gente procura ser feliz.
2-     Identificar a causa do sofrimento que se deve à ignorância de não conhecermos a nossa autêntica natureza.  
3-     Promover a eliminação do sofrimento. O desejo e o apego não são qualidades intrínsecas à mente e é possível libertá-la,  promovendo a sua cessação.
4-     Reconhecer a Via, o Caminho, para chegar à eliminação do sofrimento, através da conjugação de uma disciplina ética e mental.

Nem a mente, nem os objetos existem em si ou por si. Tudo o que se manifesta não existe fora das relações com o Todo, inclusive da compreensão que eu faço delas. As coisas não existem separadas umas das outras. A realidade é holística. A mente não se poderá libertar do sofrimento enquanto não perceber a realidade das coisas. Não há separação entre ser e não ser. Há que permanecer na mente, sem cindir a realidade, percecionando as coisas de acordo com essa sua natureza.

Alguns importantes conceitos budistas:
- Kleshas, movimentos mentais que causam sofrimento: ódio, avareza, arrogância, superioridade, inveja e ciúme.
- Nirvana, estado onde se deixa de experimentar o sofrimento, porque se deixou de experienciar as suas causas. O fim da crença ilusória da existência do “eu”. A sensibilidade alarga-se para lá das emoções individuais. A iluminação, sendo pré-existente, é mais o reconhecimento de algo que nos precede.
- Todas as coisas são impermanentes e interdependentes.
-Todas as emoções que resultam da ausência de sabedoria são dolorosas.
-Todas as coisas têm ausência de existência (vacuidade).
- Compaixão e Sabedoria juntas são a verdadeira fonte de libertação no Budismo.
- Meditação, controle do fluxo contínuo de pensamentos e de emoções, de forma a desenvolver uma atenção calma unidirecionada.
- “Buda”, iluminação, estado natural da mente livre de todas as emoções e de todos os conceitos. A natureza de “Buda” é vazia, luminosa e compassiva.

"Abençoada seja toda a pacificação das palavras e das coisas."

Carlos Rodrigues

domingo, 8 de abril de 2012

sábado, 7 de abril de 2012

Da Quinta Raça e da Obediência

Acercamo-nos de um tempo em que o ser humano verá surgir em si a humildade e a obediência. Ambas são pilares da esperada quinta raça. Esta será formada por seres de consciência cósmica, seguidores e obreiros do Plano Evolutivo.
A obediência não será efetuada em relação a padrões externos de comportamentos impostos, mas sim a padrões internos em que a mente e a análise não terão campo de ação. Através de impulsos internos, intuitivos, surgirão padrões de vida em que a separatividade, a competição, a luta pela sobrevivência serão marcos ultrapassados que balizaram a longa noite escura da humanidade. Esses seres da quinta raça fizeram parte de todas as raças anteriores, participando em todos os ciclos das mesmas. Foram aprendizes, vivenciaram e agora preparam-se para serem a vanguarda duma nova humanidade, que finalmente poderá ser integrada e acompanhada por concelhos cósmicos. Cumprir-se-à a parábola do filho pródigo, o regresso à Consciência Cósmica.

A.A.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Algumas palavras sobre os reinos de Hispania e as línguas ibero-românicas

Lembro que o nome de Espanha, evolução da designação do Império Romano Hispania era, até ao século XVIII, apenas descritivo da Península Ibérica, não se referindo a um país, mas ao conjunto de todo o território ibérico e dos países que nele se incluíam. A Hispania ou Espanha, durante séculos, estava dividida entre vários reinos cristãos e muçulmanos, formando dois blocos que se combatiam permanentemente, enquanto a
desunião persistia no interior de cada bloco .

Na Península se falava dos reinos de Galiza, Leão, Navarra, Castela, Aragão e de Portugal como reinos hispanos. Os Reis Católicos (composto pela rainha Isabel I de Castela e o rei Fernando II de Aragão) eram conhecidos como Reis das Espanhas. A reconquista de todo o território peninsular durou cerca de oito séculos, só ficando concluída em1492 com a tomada do reino muçulmano de Granada pelos Reis Católicos, que unificaram os reinos ibéricos. A Espanha só foi unificada durante o Iluminismo, até então era um conjunto de reinos juridicamente e politicamente independentes governados pela mesma monarquia.
Até à data da unificação a monarquia era formada por um conjunto de reinos associados por herança e união dinástica ou por conquista. Os reinos eram governados cada um de forma independente, como se tivesse cada reino o seu próprio rei, cada reino mantinha o seu próprio sistema legal, a sua língua, seus foros e os seus privilégios.
A constituição de 1812 adotou o nome “As Espanhas” para a nova nação. A constituição de 1876 adotou pela primeira vez o nome Espanha. A posição dominante do reino de Castela foi impondo a língua castelhana aos outros reinos ou regiões autonómicas cujas línguas entraram em declínio, exceto o galego, o basco e o catalão. .

Já Portugal foi moldado pelos romanos ao longo de mais de 600 anos, pelos visigodos durante os dois séculos seguintes e pelos mouros durante cerca de 800 anos. Portugal foi reconhecido como um reino independente em 1143 em pleno reinado do Rei Afonso Henriques (filho de D. Henriqude Borgonha e de D.Teresa de Leão,condes de Portucale, um condado que era antes 1143 dependente do reino de Leão) e, com a ajuda dos militares cristãos, os últimos redutos do poderio árabe foram derrotados por volta de 1253.

As línguas latinas da Península Ibérica, ou línguas ibero-românicas, são o português, o galego, o espanhol(castelhano), o catalão (as quatro com caráter oficial). As outras línguas foram desaparecendo. A língua em Portugal era a língua galega, antes d’ El R. D. Danys que em 1290 decretou a língua oficial do reino de Portugal. A formação de Portugal como reino independente possibilitou a separação do galego-português em português (codificado e oficial em Portugal, com influências moçárabes) e galego (que viria a ser oficial e codificado, com influências castelhanas).

Espero ter contribuído para a melhor compreensão da evolução da nossa língua portuguesa, que no início era a galega, e como chegámos aos dois países ibéricos: Espanha e Portugal.

Saudações,

Margarida

quinta-feira, 5 de abril de 2012

d´Arte - Conversas na Galeria LXXXIII


Procissão Senhor Jesus das Chagas Autor António Tapadinhas
Óleo sobre tela 80X70cm

Procissão
Recebi a chamada de uma amiga que me pediu para colaborar na angariação de fundos, para a Misericórdia do Barreiro. A sua ideia era organizar, com quadros doados por um vasto leque de artistas, uma exposição de pintura com uma característica especial: Todos os quadros teriam o mesmo preço, independentemente do seu valor comercial, ou da notoriedade do pintor. Concordei com o pedido e acertei a data da entrega.
Seleccionar uma obra para doação é menos complicado do que avaliar professores...
Quando percorri mentalmente as que tinha em casa e que eu considerava concluídas, lembrei-me, quase de imediato, da solução perfeita para o problema: Tinha recentemente dado por acabado um trabalho que tomou conta de mim, seguindo um caminho que eu nunca tinha imaginado. Passo a contar:
Num belo Domingo de Abril, acho que foi a 16, data do meu casamento, fui com a família às tradicionais festas de Sesimbra.
Era dia de procissão e quando passou o andor com a imagem do Senhor Jesus das Chagas, fiquei impressionado: A imagem do Senhor, de alguma maneira falou comigo. Não era minha intenção mas acompanhei durante algum tempo a procissão, para tirar fotografias.
Quando finalmente tive as fotos em meu poder, o maior problema foi seleccionar aquela que seria melhor para a tela que tinha projectado. Depois de um sem número de esboços acabei por me decidir por uma que cumpria algumas das premissas que tinha imposto: Cristo não podia olhar de frente, porque os olhos das imagens não têm beleza, mas tinha de estar em primeiro plano. Queria dar nota do envolvimento da multidão de devotos e das forças vivas que acompanham estas cerimónias. Feita a escolha, pus mãos à obra.
Não tive qualquer espécie de problema com o esboço que fiz. Tinha na minha memória, nítidas, as cores que queria plasmar na tela. Mas... as cores do Cristo na imagem, ficavam mortas, como as dos bonecos de barro, e eu não gostava do que via... A pouco e pouco, fui trazendo vida à imagem com as cores da carne palpitante e do
“sangue a gorgolejar das artérias abertas
pressuroso e vivo
como vermelhas minhocas despertas...”
Tanto realismo colocou Jesus de castigo no meu estúdio: Na minha casa todos ficavam impressionados com o Cristo sofredor e cabisbaixo... – Outra vez – pensei. Esta imagem, do século XVI, segundo a lenda, foi lançada ao mar pela mulher de Henrique VIII, quando da revolta dos anglicanos contra o papado, e recuperada perto do Cabo Espichel. Obra sobre um tema religioso, que não tinha grande futuro na minha casa.
Solução perfeita para uma oferta à Misericórdia, não acham?
No dia da inauguração da exposição, quando comecei a dar a volta para ver os quadros expostos, ao chegar ao meu, já tinha o sinal de vendido. Durante o beberete, a minha amiga apresentou-me a senhora que comprara a obra e que queria falar comigo. Depois das banalidades sociais da ocasião, a senhora disse-me:
– Quando entrei, vi imediatamente o Senhor Jesus das Chagas, de que sou muito devota. A expressão que lhe deu, apesar da sua situação, não revela sofrimento e traz-me muita paz e conforto. É por isso que o quero na minha casa – disse-me, com os olhos a brilhar.
A tristeza e o sofrimento do Senhor Jesus das Chagas, no meu lar, transformou-se, por milagre, em paz e conforto, na casa da devota senhora.

Feliz Páscoa para Todos!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Carta de Agostinho da Silva









Amigos, Vivam Todos!


Tão boa que está a Hora, agora.

Antes de mais, digo-vos que o Miguel Real não pode vir ao jantar, porque teve de ir noutro lugar.

Amem.

Passaram 18 anos que vos deixei, e me livrei, corria então um terno Domingo de Páscoa.

Por aqui tudo isto é muito mais. Muitos coros celestiais. Sempre.

ENTRE o Paráclito tudo se vai passando, não passando, como num circo. Movimentam-se os pés por cima das esferas e a música acontece. Eu me explico tanto quanto posso.

Não há Banco Mundial, nem tão pouco Fundo Monetário Internacional. A Troika aqui é outra. Não há necessidade de investir para lucrar. Basta Ser.

Também não há escolas, embora ande todo o mundo a estudar. As crianças já antes da tenra idade aprenderam a voar.

Não há Hospitais. Levantar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer. Aqui ninguém dorme e anda sempre toda a gente a dormir. Às vezes temos gosto em conversar um pouco, desconversando. As palavras são tantas como um rio de silêncios, e o silêncio é uma regra de ouro.

Amem.

Já MIL vezes que vos disse que não temos nada a dizer. Também para quê se o nosso Império é de serviço e de amor. Aqui, que é aí, todos cabem em partes iguais, o “sem abrigo” e o inimigo, o artista e o cientista, as canções e as orações. Mas sem dúvida que somos muito dados à filosofia.

Temos apreciado a ESCOLA ABERTA AMARELA e o ESTUDO GERAL.

Criámos um novo método de ensinar onde não é preciso quantificar as aprendizagens. Como é sabido aprende-se muito desaprendendo. Também andámos por lá na Livraria UNI VERSO, em Setúbal.

A Maurícia manda um abraço.

É claro que aqui já não é “a Hora” de coisa nenhuma. E cá vos espero.

Amem.

O irmão servidor,
Agostinho da Silva
2/4/2012

(Carta lida no Jantar de Confraternização "Recordando Agostinho da Silva", no Restaurante "Os Arcos", em Alhos Vedros, dezoito anos passados depois do desaparecimento físico do Professor).

terça-feira, 3 de abril de 2012

INTIMIDADES



Termina aqui a publicação de “Intimidades” naquela que é a sua versão para a blogosfera. O meu maior desejo é que a companhia lhes tenha sido agradável. Se, ao longo destas muitas semanas, o querido Leitor se divertiu com a prosa, então este vosso servidor dará por bem empregue o tempo e os esforços desenvolvidos com ela. Ainda assim, se para além disso mergulhou mais fundo e naquela encontrou as pistas de um convite à reflexão sobre a vida, os mistérios da mesma e a amálgama de relações e circunstâncias em que se faz e decorre, será esse o prémio máximo que advém da certeza de não ter escrito em vão pois, mais que no ser lido, a melhor recompensa resulta do facto de ser entendido.
Como escrevi na “Nota de Abertura”, estamos perante um romance que foi construído através de quadros diversos. A escolha por esta forma de apresentação não foi inocente. Na verdade, tenho para mim que a vida não só não é unilinear, como dificilmente conseguiremos entender a vida de alguém fora das contingências em que decorre. No entanto, espero ter conseguido contar a biografia do narrador que, afinal, é ao mesmo tempo o Autor ficcionado dos sete volumes que compõem este projecto literário que assinei como Sebastião Sorumenho, mas esse é o veredicto que aos Leitores diz respeito.
A estes, do fundo do coração, resta-me agradecer a atenção que me têm dispensado, não resistindo à promessa de aqui voltar, para continuar esta amostra da obra que tenho vindo a lavrar desde os começos da juventude, o mesmo é dizer, há mais de trinta anos. Perante todos me curvo, em sinal de estima e respeito e, como já disse, pela mais profunda e sincera gratidão.

Alhos Vedros, 17 de Março de 2012

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Vidas Lusófonas: AMADEO de SOUZA-CARDOSO



O rigor histórico não está condenado à prosa de notário, é possível conviver com as figuras do passado. Saber o que foi, pode ajudar-nos a talhar o que será.
 


diz a Carlos Loures :

- Sou um pintor abstracionista.

Depois sobe até


onde já moram 146.

Naquela casa
tudo está a acontecer,
cada vida / cada conto.
Por isso recebeu
mais de 25,4 milhões de visitas.