Siddharta Gautama, “O Buda”, nasceu na Índia há perto de 2600 anos. Um príncipe que estava destinado a suceder a seu pai na regência do reino.
Certo dia, ao sair do Palácio e ao deparar-se com a vida mundana, com a miséria e a pobreza, acaba por ficar muito sensibilizado com o contacto que tem com a doença, o sofrimento, a velhice e a morte. Decide, então, renunciar à vida na corte e tornar-se asceta com a pretensão de vencer esses malefícios. Só depois disso poderia regressar ao convívio dos pais, da mulher, do filho. Foi essa a regra que impôs a si próprio.
Reza a história que haveria de atingir o nirvana (libertação) quando, já depois de ter abandonado a vida de asceta, meditava debaixo de uma figueira. É, então, que são formuladas as 4 nobres verdades do Budismo:
1- O reconhecimento do sofrimento como inerente à vida humana e como algo que é indesejável. Toda a gente procura ser feliz.
2- Identificar a causa do sofrimento que se deve à ignorância de não conhecermos a nossa autêntica natureza.
3- Promover a eliminação do sofrimento. O desejo e o apego não são qualidades intrínsecas à mente e é possível libertá-la, promovendo a sua cessação.
4- Reconhecer a Via, o Caminho, para chegar à eliminação do sofrimento, através da conjugação de uma disciplina ética e mental.
Nem a mente, nem os objetos existem em si ou por si. Tudo o que se manifesta não existe fora das relações com o Todo, inclusive da compreensão que eu faço delas. As coisas não existem separadas umas das outras. A realidade é holística. A mente não se poderá libertar do sofrimento enquanto não perceber a realidade das coisas. Não há separação entre ser e não ser. Há que permanecer na mente, sem cindir a realidade, percecionando as coisas de acordo com essa sua natureza.
Alguns importantes conceitos budistas:
- Kleshas, movimentos mentais que causam sofrimento: ódio, avareza, arrogância, superioridade, inveja e ciúme.
- Nirvana, estado onde se deixa de experimentar o sofrimento, porque se deixou de experienciar as suas causas. O fim da crença ilusória da existência do “eu”. A sensibilidade alarga-se para lá das emoções individuais. A iluminação, sendo pré-existente, é mais o reconhecimento de algo que nos precede.
- Todas as coisas são impermanentes e interdependentes.
-Todas as emoções que resultam da ausência de sabedoria são dolorosas.
-Todas as coisas têm ausência de existência (vacuidade).
- Compaixão e Sabedoria juntas são a verdadeira fonte de libertação no Budismo.
- Meditação, controle do fluxo contínuo de pensamentos e de emoções, de forma a desenvolver uma atenção calma unidirecionada.
- “Buda”, iluminação, estado natural da mente livre de todas as emoções e de todos os conceitos. A natureza de “Buda” é vazia, luminosa e compassiva.
"Abençoada seja toda a pacificação das palavras e das coisas."
Carlos Rodrigues
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