sexta-feira, 17 de março de 2023

Cavalos de Pedra

Paulo Landeck



Fogem do peito,

Infindáveis cavalos de potência!

Sim, incomensuráveis,

na transmudação de íntimas memórias.

Garranos à solta.

Negras são as rochas,

dizem os fangueiros;

Pois eu digo:

Galopam no escuro em reflexos de azul!

(Sacudidas as grávidas nuvens,

por cósmica poeira

Verdejante.)

Como mar revolto

espreito costa.

Visceral cavalo emerge das profundezas, 

para sulcar vagas.

Não serei náufrago,

de variações pronominais

- por valor Indicativo de relações existentes -.

Aparelho minhas forças ao indomável Oceano.

Debaixo de nobilíssima coudelaria

abundam estratos de outras dimensões,

vidas de barro.

De Alter

Ego,

ao perfeito ocaso,

fulgurante espelho líquido

da vitalidade.

Alma

e lezíria.

Sabe que a pureza do sangue 

não vem da raça,

quem cavalga universos e destinos, 

em liberdade! -

Não obstante, 

petrificados cavalos acorreram ao 

mar,

cumpridos desafios. -

Indomáveis

vagas.

A vida é sempre repto

para os mustangs

em campo aberto.

Assim também no campo-santo

do Atlântico,

onde correm livremente cavalos selvagens.  - Sonho ser Ilha de Sable.

-

Omnipotente, 

apenas o céu,

rasgado por Deus,

como se

Domador

de silêncios.

Domar a dor,

como quem aplaina e cerca ímpetos selvagens

onde terra e céu se confundem,

sem jamais se tocar.

Para que do galope reste ilusão,

nuvem de partículas, 

por assentar.


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