ACANTO
Anoitecem no limbo
por rega desmedida
esquecem as vivas matizes
dos seus veios
Na moldura saliente
alma singular
tombada aos vermes
Alimentam humificação das estações
derramado sangue e poesia
corpo a corpo
Perenemente injustiçado
como se
piores castigos
do suplício ao ofício
horas trocadas a granel
Amarelecem sorrisos
no que resta dos escombros
da cidade
Urdida e vencida na teia
renovada
Algodão e marfim dos novos tempos
borracha queimada
Reverbera esplendorosamente a decadência
Só os eletrões são livres
indiferentes
à clorofila dos dias
asfixiantes.
(3/10/20213)
Auto-retrato, a pensar no 5 de Outubro - Poema em Construção
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