terça-feira, 29 de julho de 2025

Início do Verão, 2025

 Luís Santos

O PALACETE DOS CONDES DE SAMPAYO

Deambulando pela terriola, Alhos Vedros, fomos apreciando, admirando, um conjunto de lugares que ao longo dos tempos se foram erguendo e que dão valor, beleza, bem-estar, a quem por aqui faz a sua vida, ou simplesmente vai passando.

Momentos em que, por satisfação interior, só se nos inclina o olhar para o que de mais positivo as coisas têm:

a Igreja Matriz que nos olha do alto dos seus aproximados novecentos anos de história;

o harmonioso conjunto arquitetónico da Biblioteca/Centro Cultural José Afonso;

todo aquele espaço verde florido lúdico calmo do Parque das Salinas;

o velho cais que, como por lá se diz, remonta ao início da nacionalidade, e nele, obra de nós todos, a fabulosa reconstrução do Palacete dos Condes de Sampayo que em deslumbrante conjunto cultural único se liga ao Moinho de Maré da Azenha.

E, sobre ele, no portal do Município da Moita, diz-se assim:

Concluída a primeira fase da intervenção de conservação e restauro, este novo equipamento da rede de infraestruturas culturais do concelho da Moita, constitui um novo e importantíssimo recurso cultural que projeta o Palacete Condes de Sampayo como a futura sede do Museu Municipal da Moita.

Venha então a segunda fase de tão significativo investimento, de obra tão bem conseguida.

De certa forma, estas GUARDIÃS DA VIDA assemelham-se a figuras humanas. Assinalável presença, estão bem vivas, observam-nos, têm emoções e são o respirar nosso de cada dia.

Lembram-nos uns irmãos nossos da Etiópia, nas margens do rio Omo, que quando colocam colmeias entre as suas ramadas, cantam-lhes canções sagradas, porque sem elas as colmeias poderiam aparecer sem mel...

Esse lugar, naquela zona do "corno de África", morada desse povo, foi onde foram encontradas as ossadas dos hominídeos mais antigos que se conhecem, assim tipo, Adão e Eva no berço da humanidade.

A um desses esqueletos encontrados, uma mulher, como na altura passava na rádio uma canção dos Beatles, "Lucy in the sky with diamonds", os arqueólogos deram-lhe o nome de Lucy.

Portanto, entre outros mais antigos que naquele lugar se encontraram, Lucy, a mãe de nós todos, gente de uma mesma família, de uma mesma estrela.

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