domingo, 28 de agosto de 2022

O TRABALHO SOCIAL E A LIBERDADE

 Luís Santos

Imagem do google

Hoje, estive à conversa com um dos seniores da terra, amigo, oitenta e tal anos, pessoa de incrível jovialidade física e invejável lucidez. Escorreitamente dizia ele: "Em meados da década de 50 do século passado, com dezoito anos, trabalhava na CUF (Companhia União Fabril), e depois de alguns estudos e formação, fui aumentado para 4 escudos (2 cêntimos). Na altura, alguns tinham um dia de folga ao domingo. Depois, apareceu a semana inglesa, onde se começou a descansar também ao sábado à tarde...".

E dizemos nós, a folga ao domingo foi um luxo que as sociedades industriais pariram, porque no seu início a regra era os operários começarem a trabalhar aos 6,7,8 anos de idade, 12 horas por dia, muitas vezes sempre de pé, sem folgas, sem segurança social, apoio na saúde ou licença de maternidade…

Hoje, entre apoios sociais vários, vamos nas 35/40 horas de trabalho por semana e começamos a experimentar a semana de 4 dias, o que será uma realidade para breve e, certamente, que o tempo do “fim de semana” não vai parar de aumentar, mesmo que, neste processo de emancipação do trabalho, às vezes, seja preciso que a orquestra faça uma pausa para, depois, continuar a tocar. Por isso, fundamental mesmo, cada vez mais, é aprender a assobiar com as mãos nas algibeiras, porque, embora estejamos a meio do caminho, a libertação e a aproximação da humanidade de um mundo com cada vez menor dependência do trabalho está para continuar.

Sem comentários: