Regina Correia lê "Desadormecer", de Paulo Landeck. Aventureiro de terra e mar, tendo viajado pelos oceanos e pelas sete partidas, estudando as aves e os macacos nus que, segundo Desmond Morris, nós somos, Paulo Landeck parece fazer jus ao nome, ou não lembrará terra aquele "Land..." e o convés de um navio aquele "...Deck"?
Há momentos de partir, há momentos de pensar em partir, há momentos de observar. Abre-se a janela do mundo para se ver o mundo numa rua. Mas está frio, e o coração arrefece, ali, no Everest glacial. Há tanto para fazer, tanto que desadormecer. Até o carro hesita em partir, engasgado, aquecendo com esforço para se fazer ao frio que lhe pede para ficar. Depois, finalmente, desaparece, e leva o mundo inteiro consigo, atirando no fumo do escape a pertinácia da solidão.
João Nuno Azambuja
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