sábado, 12 de outubro de 2024

Coisas que se vêm da nossa janela

 por Luís Santos


Filho de muito boa gente, mas muito pouco dados às letras, ainda assim, puseram-me na escola paga logo aos 3 anos. Desconheço as razões porque o fizeram, mas fiquei de tal forma com o destino marcado que nunca mais de lá saí. No meio de inúmeras dificuldades e obstáculos, lá fui fazendo uma vida de Professor, faz muitos anos.

Quando ingressei na Universidade, tive como Professor um chileno, que fugia do golpe fascista de Pinochet, e acabou a coordenar licenciatura que eu fiz, enquanto já ia dando umas aulas que me garantia a almejada autonomia financeira.

Esse Professor, de seu nome Raul Angel Iturra, que veio do lugar chileno de Vale Paraíso, se bem me lembro, com doutoramento pelo meio feito em Cambridge, acabou também por presidir à Associação Portuguesa de Antropologia que, por seu convite, acabei por integrar durante dois biénios. Em resumo, aqui ficaram dez anos de vida que nos juntaram, o Doutor que veio do Chile e o filho de gente nada ligada à escola que, por ironia do destino, haveria de cair nas letras que tão pouco lhe diziam.

Hoje, o distinto Doutor que, entre-tanto, se tornou Professor catedrático, agora jubilado, depois de muitos anos de intervalo, tornou-se nosso colaborador neste pasquim digital que vamos mantendo por aqui, já faz quase década e meia. Assim, uma vez por mês, e de há meia dúzia de meses para cá, vai assinando uma rubrica que tem como título "Do Diário de Vida de Raul Iturra. A vida no Lar." E escreve o Professor de forma tão distinta, e tão esclarecida, pela farta experiência nas letras que a vida lhe deu, que nós vos recomendamos vivamente a ler.

 

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Quando interrogados sobre a última das verdades, os videntes védicos resumiam dizendo: “Eu sou o Universo”.

Ora, “ser tudo”, na nossa cultura é uma afirmação que não deixa de soar estranho, e a propósito até se conta a história de uma dama inglesa que ao visitar umas grutas na Índia onde yogis faziam as suas meditações, foi amavelmente recebida por um deles e, no fim da visita, ela disse-lhe:

- Talvez o senhor não costume sair daqui, mas eu gostaria muito de lhe mostrar Londres.

- Minha senhora – respondeu-lhe calmamente o yogui -, eu sou Londres.

 

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Não é fácil o Amor.

Faz já algum tempo, um PÁSSARO AZUL como numa aparição, pousou mesmo à nossa frente. Quando o passámos para poema, o extraordinário pintor, amigo, António Tapadinhas dedicou-lhe uma tela. Chamou-lhe "o pintor e o pássaro azul".

Janita Salomé, canta-autor que tem alguns irmãos ali para o Redondo, Alentejo, também deu nome de tal pássaro ao seu último album, basta ir no "you tube" e ouvir, por exemplo, "Tardes de Casablanca" ou "Não é Fácil o Amor", entre outras.

Pois bem, a belíssima pintura de que falamos é a que se vê. Deu capa a um livro de contos que chamámos "O Espírito dos Pássaros", tal como o dito cujo deu título a um dos contos que dele fazem parte.

O livrinho foi editado pela Bubok, uma editora espanhola de vendas on-line, mas o número de livros em papel impresso foi muito reduzido. Como também o editámos em formato digital, acessível a todos, aqui deixamos o endereço para alguém que tenha curiosidade em visitá-lo. Basta ir no seguinte endereço: http://oespiritodospassaros.blogspot.com

Tem fotografias muito bonitas e podem simplesmente correr o texto que não se vão arrepender. Trata-se de uma ave de BOA SORTE. BOAS VIAGENS.

 


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