sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Ulisses de Paulo Borges

Ulisses

Partiu há pouco o meu querido Ulisses, o animal com quem senti mais conexão dos muitos que se cruzaram comigo nesta vida. Ensinou-me muitas coisas, sobretudo com a sua morte, que me deixou o ser nu, lavado das muitas futilidades e distracções em que me tenho enredado. Vejo-te, Ulisses, a regressares à Luz sem forma de onde tudo vem. E, agora que não tens corpo, reconheço-te em todos os seres e coisas, em todo o lado. A morte é um dos aspectos mais sagrados da vida, como fizeste sentir a mim e à Daniela enquanto acompanhávamos a tua lenta, serena e silenciosa despedida. Que as minhas orações e as de todos os amigos que se quiserem juntar a elas sejam as asas que te levem mais lesto para o Infinito. Na tradição do Buda usamos o mantra da compaixão - Om Mani Padme Hum - , mas todas as palavras e sons puros são bem vindos para te acompanhar e a todos os seres que estão a fazer a mesma Viagem. Sim, que contigo nos leves a todos para a Luz infinita! Que todos os seres sejam livres e felizes, agora e sempre! Que todos despertemos deste sonho de haver vida e morte!

E, por falar em partidas, foi adicionada uma música que é da responsabilidade do editor, aqui: https://www.youtube.com/watch?v=MzGpYtR1v4U 


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