Os velhos somos também pessoas que amamos.
A afetividade no lar.
Lembras-te, Querido Diário, que temos falado de perda de identidade no lar. Parece-me que a pior das perdas é a falta de amar e sermos amados. Somos criados na vida social como construtores da identidade amorosa, como criadores de afetividade. Começamos por amar os nossos pais, continuamos pela empatia com os nossos irmãos, parentes e amigos. Amamos e gostamos de ser amados pela pessoa que nos pode acompanhar durante a nossa vida; se temos filhos tomamos conta deles e se é uma relação não reprodutiva ou adoptamos ou amamos os dos amigos. Não é preciso consultar Freud ou seu discípulo Donald Winnicott para entender que querer e desejar são actividades muito próximas: quando queremos alguém, normalmente queremos tocar essa pessoa, não apenas dar a mão ou um golpe no ombro ou um braço pelo pescoço, também queremos abraçar estreitamente e beijar. O costume ocidental é homem beijar mulheres e vice-versa, crianças beijar adultos, adultos acarinhar pequenos.
Estes factos não existem nos lares onde tenho vivido exceto raras ocasiões de intimidade entre homem e mulher. Não há solução para a falta de abraço estreito, menos ainda o de beijar exceto, como eu aprendi a fazer com adultos com doenças senis ou degenerativas que precisam de contacto físico afectivo: dar a mão, trocar palavras, acariciar. É uma forte dor não ter ninguém para abraçar. Donald Winnicott descobriu o que tenho analisado num outro livro meu e diz que a partir do quarto mês de gestação a criança em formação desenvolve afetividade erótica e normalmente quando um pénis erecto entra numa vagina com um bebé em formação, este feto mexe e tenta expelir o intruso que penetra a essa futura mãe.
O amor e o desejo existem no lar, especialmente entre adultos com camaradagem prolongada. Tive no meu quarto um colega que passado um ano de conversas sobre a sua família filhos e mulher sobre qual ele sempre falava, perguntou-me um dia: “Ó Doutor acha que faz mal que eu bata uma punheta”, “ó meu amigo só não faz mal como é o hábito de pessoas sós e desde criança, bata que é bom para si”. Prudentemente eu me retirava do quarto quando ele parecia excitado e respeitei a única intimidade possível para um velho num lar. Única possibilidade erótica para idosos, cabelos brancos, rugas, com falta de excitação exceto se é estimulado. As pessoas mais novas procuram seres da sua geração que permitam um desejo mais agradável. Nós os velhos também queremos ter interacção sexual mas dificilmente se torna possível com pessoas mais novas que não se sentem atraídos por nós. No lar a vigilância é tão estreita que ainda que haja atração esta não se pode materializar.
Eu tive a tentativa de sedução dentro do lar por uma amiga de longa data que me contava os sonhos eróticos que ela tinha comigo. “Ó Sr. Doutor, ontem à noite sonhei que o senhor me penetrava e eu sentia-me feliz, tive que brincar com a minha “patareca” para me satisfazer. Eu replicava “fico feliz de saber que a satisfiz, ainda que na sua fantasia”, “Sr Doutor não queria meter-se na cama comigo?”, “Ó minha senhora era uma grande honra mas cá está proibido” “quem, quem proibiu…, fazer amor não é pecado”, “minha senhora é pecado para os que mandam no lar e não permitam que nós dois possamos brincar”. Contudo não havia dia que eu não fosse de manhã visitar a senhora desde a porta do seu quarto, não havia noite que eu antes de deitar não fosse ao quarto dela para lhe levar bolachas que ela esperava com prazer e fruição. Não era só a bolacha que ela esperava, era também a carícia na sua mão e a minha voz que lhe pedia que tivesse doces sonhos e que não falasse com as suas colegas de quarto para ela dormir e elas descansarem bem. Ao longo de 9 anos habituamo-nos à simpatia de falarmos, comer na mesma mesa, mudar o canal de televisão para que possa ver o que ela queria até que esta minha amiga foi removida da minha mesa e lhe deram o seu lugar sentada noutra sala. A nossa amizade foi interrompida pela autoridade do lar, não apenas não podíamos materializar nenhum desejo bem como a nossa troca de ideias e conversas foi acabada. Não é apenas o desejo proíbido bem como o cultivo da amizade pura e casta que também foi acabada. Só foi possível retomar nossa conversa quando ela começou a perder a sua memória e o contacto com a vida real e voltaram a dar-lhe o seu lugar no sofá junto ao meu no corredor da entrada, não pela nossa amizade mas bem por conveniência do lar. Foi assim que, sentada ao pé de mim, eu ouvia as suas histórias, tomava conta dela, chamando um funcionário quando os chichis e os cocós saiam da fralda para o chão e pedia a mudança de fraldas quando já estava toda a roupa empapada. Foi uma amizade aceite porque passei a ser útil nesta casa de repouso para uma utente que já não era capaz de controlar os seus esfíncteres. A utilidade é o que manda nas relações do lar.
Não apenas eu tive este contacto simpático na nossa vida em comum, também havia um outro colega de quarto praticamente cego que namorava uma senhora utente da sua geração e que tinham de fechar a porta do quarto para eles se acariciarem despidos e eu tinha que avisá-los atempadamente quando iam aparecer funcionários que proibiam o amor entre velhos. Nunca me esqueço dessa primeira vez que entrei no nosso quarto e ele estava sem calças nem fraldas e ela despida sem camisola e sem soutien. Esta primeira vez ela gritou e como ainda era mulher ágil, saltou da cama e correu de volta ao seu quarto aos gritos “meu Deus, meu Deus, que horror, desculpa…” foi a partir desse dia que eu falei com o meu colega e pedi-lhe para ter mais cuidado na sua sedução. Ele ria e disse-me que ele era o “garanhão do lar”, que estava aí para amar e fornicar com essa e outra velha que gostava dele e o perseguia usando as suas mão para o esfregar entre as pernas e ele feliz, satisfeito com a sua vida erótica do “velho mais ativo sexualmente” do lar.
Havia formas simpáticas de usar a líbido proibida, especialmente dar-se as mãos, trocar beijos, ouvir declarações de amor. Não esqueço esse senhor que estava sempre a solicitar os amores de uma idosa que ele queria, mas era-lhe proibido declarar-se abertamente. A afetividade e o desejo apareciam de outras formas como o de essa senhora que dançava comigo quando havia festas e saídas para o jardim da casa mas que acabaram quando ficou confinada numa cadeira de rodas por se ter acidentado e partido o osso da perna no seu eterno andar pelos corredores do lar. A partir daí a afetividade passou a manifestar-se nas sessão de jogo do bingo, a beijar-me e dar-me a mão quando eu ia a falar com ela na sua cadeira e dizia-me “Ó Sr. Presidente Américo Tomás dê trabalho ao meu filho que não consegue juntar dinheiro para mim”, “Senhor tenente ande cá dê-me a mão e acaricia-me as bochechas e beija-me”. O que eu fazia para a sua alegria e satisfação. Ou aquele senhor habituado a estar com a mãe e a irmã em casa deles mas que no lar não tinha a quem acarinhar e chamava-me aos gritos, agarrava as minhas mãos mas beijava e punha as suas bochechas a jeito para eu as beijar e, às vezes, beijava-me nos lábios, ele feliz e eu complacentemente entendi a sua necessidade de afecto. Tanto assim que sem me chamar eu ia de modo próprio à sua cadeira de rodas acariciava as suas mãos e beijava-o com simpatia. Às vezes ia ao seu quarto onde era levado por causa dos seus gritos, o acariciava, o acalmava e ele parava de gritar.
A afetividade no lar é muito controlada. A maior parte dos idosos raramente recebem visitas porque os seus parentes estão a trabalhar. Quando os parentes vão visitá-los, falam com eles, levam-lhes lanches ou bolachas ou frutas e o idoso ou idosa visitado passam a ter a sua afetividade satisfeita por um tempo. Quando os parentes vão embora procuram uma pessoa amiga entre os colegas utentes para, pelo menos, conversar. A afetividade como eu dizia está reduzida ao mínimo ou a carícias que alguns funcionários, especialmente os estrangeiros, dispensem aos utentes. Nunca esqueço este primeiro ano de atividade de um funcionário que mal entrava de turno comprimentava com beijo nas bochechas todos os idosos sentados na sala de convívio. Ou as funcionárias não portuguesas que atribuíam aos idosos diminutivos ou alcunhas, criadas por elas. Mas também há as senhoras funcionárias que abraçam e beijam os utentes com senilidade menos avançada, com abraços estreitos, apertados e excitantes. Todos eles ficavam felizes de serem assim amados por pessoas que exercem autoridade sobre o comportamento dentro do lar.
O que mais me admira é a suavidade e a paciência com que funcionários muito crentes na divindade sorriem, acariciam, abraçam, contam histórias a pessoas que de outra maneira não teriam ninguém em quem se apoiar para amar e serem amados. A afetividade é procurada por quem viveu uma vida inteira a procriar, educar e produzir. A afetividade é um bem precioso que quando estamos mais combalidos e solitários e sem ninguém para tocar, procuramos a simpatia de quem, mas nem sempre, nos pode amar. Uma das formas que alguns dos utentes têm de exprimir a sua emotividade é gritar, vilipendiar, chamar nomes, inventar histórias que vários dos outros utentes rejeitam ofendidos. Já tinha referido no capítulo anterior a senhora de 94 anos que grita “puta, bêbada, caralho” que acorda nos outros, especialmente nas suas colegas de mesa uma raiva que se manifesta em gritos de zangas, às vezes em muros com que as ofendidas tentam defender o seu bom nome que tanto estimam.
Não consigo esquecer um funcionário, que deixou de trabalhar no lar, que vivia com o seu companheiro, sargento do exército, na casa maternal e que por hábito dava nomes simpáticos a toda a população idosa do lar. Eu fui batizado por ele de “doutor charmoso”, especialmente quando eu vestia calças brancas e camisola vermelha, ele vinha me abraçar estreitamente e me beijava; fiquei triste quando ele se foi embora para um sítio melhor. Ele normalmente contava-me as suas histórias de amor e de como mudava rapidamente de namorado porque nenhum deles prestava para ele; eu aconselhava-lhe e trocava ideias sobre o namoro, tal como eu falava com outros funcionários de suas famílias o que eles agradeciam; é mais uma forma de expressão da solidão afectiva que todos temos de uma casa tão fora da realidade social. A afetividade é tão deturpada que eu costumava sonhar que fazia amor com uma funcionária muito bonita mas de um temperamento espantosamente desagradável, distante e aos gritos comigo. Não permitia que eu saísse do meu quarto antes das cinco da manhã, a minha hora habitual que tive que adotar no lar. Não me dava o chá com açúcar medicamente prescrito para o meu acordar. Ela evitava comprimentar-me no dia dia e no entanto eu falava-lhe de forma simpática e nos meus sonhos a desejava. Normalmente ela não sabia do meu sonho como dos que eu contava a uma outra funcionária com a qual éramos amigos e riamos, estrepitosamente. Era assim como manifestava o meu carinho aos funcionários estrangeiros que também me iam contando as suas vidas e as suas solidões por estarem longe dos seus países. Eram tão exilados como eu, eu político eles de economia política. As nossas conversas pessoais ficam comigo por serem complexas e delicadas.
Os velhos somos pessoas. Os velhos amamos. Os velhos desejamos. Os velhos queremos fazer amor. Existe a pacata ideia de que passado setenta anos, nós, idosos, temos dado cabo do nosso erotismo. Com o que eu tenho referido, posso provar como é uma falácia; que é impossível satisfazer o desejo como o imaginamos, lá isso é verdade. Sim, como disse antes os velhos amamos e desejamos, mas o nosso desejo é abafado pelas leis da ética das religiões que impede uma relação entre duas pessoas que não estão casadas de forma heterosexual. É abafada pela crença nessa ética pela autoridade do lar e pela moral dos funcionários que nunca sei se é respeitada também na sua vida quotidiana. Os funcionários nos vêm com o olhar desta ética que exige que nós tenhamos um comportamento de respeito dos costumes que não acredita na sinceridade do amor entre velhos para exprimirem a sua afetividade.
Professor Doutor Raul Iturra, Catedrático Emérito do ISCTE-IUL
Texto Editado por Claire Smith, Antropóloga
Barra Mansa, Setembro de 2024
9 comentários:
Li o seu texto Doutor Charmoso, é difícil a todos os níveis viver num lar, sobretudo ao nível dos afetos, mas não é de admirar, porque esse é um universo que desde pequenos é altamente reprimido. Beijo.
Raúl Iturra tem vindo a desoxultar o quotidiano interactivo de um chamado "lar de 3ª idade". Um antropólogo no trabalho de campo ou um, entre muitos, dos seus utentes? Até parece que a sua inserção naquela pequena comunidade teve um propósito científico – a observação participante (dispositivo a que recorreram, antes, outros antropólogos/sociólogos, nacionais e estrangeiros, para entrarem em grupos sociais e instituições fechados que não gostam mesmo que os estudem, sequer falem deles). Não foi esse o propósito inicial de Iturra. Antes uma genealogia abusiva em que o poder de uma filha manipulou as fragilidades de saúde de um pai e ali o manteve "encarcerado" durante anos. Felizmente, o drama não chegou a tragédia. E hoje temos a alegria de ter Raúl Iturra num convívio franco e livre com os seus amigos (que sempre soube cultivar), em plena forma intelectual, e a fazer o que sempre gostou: pesquisar (agora nos terrenos da auto-etnografia) e a escrever (crónicas que, em breve, se transformarão em mais um dos seus múltiplos livros). Cá estamos para o ler.
Estes testemunhos reias sobre a "vida no lar" escritos em discurso direto de quem os vive, dia após dia, têm um especial valor. Sobretudo, vindo de alguém que dedicou grande parte da sua vida aos estudos antropológicos e que, por isso, está particularmente à vontade para falar de relações sociais e da forma como o tecido social se vai rendilhando. Aqui é a Vida concreta e as pessoas, sobretudo os séniores, e os que com eles mais se relacionam nos lares, que estão no centro de uma observação participante direta que nos transporta às grandezas, às dificuldades, aos obstáculos, dos nossos mais velhos queridos parentes e amigos, nesta peculiar fase da sua existência.
Como é assunto que, de certa forma, tem larga marginalidae nas agendas políticas, estes apontamentos ganham particular significado e importância, porque permitem melhor perceber algumas das prementes necessidades a que é preciso dar respostas para que esta fase da vida se acrescente em dignidade e significado.
Por isso, não podemos deixar de manifestar a nossa gratidão, pela partilha em voz alta da experiência pessoal de vida com que o Professor Raul Iturra aqui nos brinda, e da frontalidade e coragem com que o faz, contribuindo para que mais ampla consciência se desenvolva sobre tão relevante tema para todos nós.
Obrigado querida amiga Chambelita, como gosto de te chamar Graça Pimentel, minha antiga estudante de antropologia e pessoa que me apoiou todos os dias ao telefone e mensagens. Uma vida social toda expressa de afecto e sexualidade, mas feito num lar é duro porque os velhos solitários precisamos de amor... como sempre te comentei é tão grande a solidão e a perca de família que apenas um aperto de mãos, um beijo, é quase implorado por nós... Obrigado por este segundo comentário que fazes aos capítulos do meu livro, beijo como sempre.
Li com prazer e curiosidade a crítica do meu antigo orientando de doutoramento Luiz Souta que entendeu bem o meu objetivo de escrita do meu diário de vida no lar onde fui encerrado faz anos. Todos os dias acordava às 5h da manhã, após adormecer às 20, para me sentar na secretária do gabinete que partilhei no lar com outras pessoas para anotar no diário o que tinha visto, ouvido, participar, no dia anterior. Dezenas de cadernos fui completando durante os 9 anos do meu encerramento. Como diz meu caro discípulo Luiz Souta, automaticamente fui organizando um material que agora se vai convertendo em livro. De forma automática, o ser antropólogo salvou a minha sanidade mental, a minha racionalidade, com a ciência a que dediquei a vida durante 60 anos: ensinei, escrevi, investiguei. Luiz Souta foi capaz de ver como essa ciência me salvou a vida e a minha integridade para pedir ao tribunal de família, sair do lar, como o Luiz analisa... o diário de campo de antropólogo, libertou-me com o apoio da minha parceira, duma filha e de três amigas que se importaram comigo nesses anos de expiação por crimes não cometidos por mim, mas de que fui acusado... libertei-me do crime que a justiça portuguesa me tinha infligido... Obrigado por ter visto isto Luiz, ex-discípulo, agora amigo e companheiro...besos y abrazos y frutas tambien...
Meu caro Luís Carlos, meu amigo, como gosto de chamar. Foi-me duro entender que tinha sido manipulado para entrar no lar, onde até o proprietário e funcionários me disseram o que fazia eu ali... estava eu bem... dediquei minha vida a acordar às 5 da manhã, após deitar às 20h, para escrever meu diário de vida que espero seja guardado como prova da minha dedicação à pesquisa no dito lar. Uma minha filha apoiou-me com o seu marido meu genro, ajudou-me mesmo a financiar o pagamento mensal, e a minha parceira Claire Summers Smith acompanhou-me com amor e dedicação, deu-me força para lutar e, finalmente, sair do lar após ter levado meu caso a tribunal e eu ganhar. O apoio incondicional dum funcionário amigo deu-me ânimo, com emotividade, quando passou a ser meu doutorando. E os amigos Luísis e suas esposas, igualmente me apoiaram para esta pesquisa de campo. Adoro meus colegas de lar, por eles é que escrevo. Obrigado LC pelo seu apoio incondicional num trabalho de campo que lhe ensinei no ISCTE... digo como sempre besos y abrazos y frutas tambien.
Querida amiga, como estás, como tens passado?
Este Raul não mudou nada, escreve como um verdadeiro louco. Ele só vive pela escrita. Não é poético a escrever, escreve para estar vivo. Come e bebe a escrita, e depois arrota palavras. É um génio ignorado, como todos os outros. É difícil tirar-lhe o tutano, mas está lá, escondido na paciência, no gozo, na inebriação do todo que ele capta e oferece como um avarento genial da vida.
Como é que estes homens acabam?
Gostava muito de fazer um estudo antropológico do Raul. Vamos a isso? Vamos pensar no nosso próximo encontro? Os nossos encontros dão frutos já pensaste?
Um abraço saudoso da Isabel.
Boa tarde.
Isabel-antiga.estudante.minha... agradeço seu comentário tão divertido que sua colega, minha amiga, teve a gentileza de me reenviar! Queria publicá-lo como comentário no fim do capítulo deste mês. Mas está pouco informada sobre mim, já fui premiado pela UNESCO como o melhor escritor de ensaio de 2000. A APA que fundei e presidi - associação portuguesa de antropologia - criou a conferência anual raul iturra, o governo português, além de me nacionalizar como português, outorgou-me à medalha de mérito científico pelos meus textos, livros e ensaios escritos pdf's no repositório iscte e todos os blogues em que contribuí, ensaios em muitas revistas co-fundadas por mim, bem como ter fundado o departamento de antropologia do iscte onde a Isabel estudou comigo.
Escrevo muito, sim, felizmente, até um diário de vida que uma neuróloga qualificou de escrita compulsiva e seu professor, meu neurólogo Alexandre Castro Caldas disse "felizmente se não todos perdíamos muito"..., essa escrita que começou aos meus 5 anos e mantêm-me vivo e ativo aos quase 84, com os cuidados da minha mulher. Agora sabe mais de mim. Agradecia seu nome de família e escreva-me direto quando quiser. beijo amigo do seu velho professor raul iturra.
Amiga Graça, temos que o ir ver!
A humildade dele é real, faz de um lar aquilo que tantos ignoram e fogem como se fugissem da condição mais natural da vida. Ele não desiste, no bom e no mau, sendo fiel à sua tão grande capacidade de ser inteligente. Os inteligentes não têm medo nem do sofrimento, porque sabem que nem isso os podem diminuir em nada. Pelo contrário, experimentam vencer naquilo que, sós, os elevam acima do dito normal que, também são, mas que nunca lhes basta. São geniais e se tivessem fé eram santos.
Querido Raul vai ficar sempre vivo pela minha memória e não só.
E tu Graça, amiga, conta comigo.
Beijinhos.
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