quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Poema de Manuel (D'Angola) de Sousa


“Nunca Embandeirando Em Arco Na Travessia Vai-E-Vem De Um Breve E Mental Deserto Renovado”

Escuso-me de embandeirar em arco
Recuso corruptelas e convites corruptíveis
Tenazmente luto contra a auto-teimosia

Baixo-me em absoluto abaixo de zero
Levanto-me para o topo do pleno nada
Permaneço agachado atrás da sarça-ardente

Mantenho-me dentro de uma moita desflorada
Foco-me em artimanhas sem qualquer arte
Remendo com pensos rápidos as mazelas cutâneas

Exponho a curvatura e as ossadas à vista
Desarmo-me de todos os logaritmos avulsos
Empenho-me em sair do breu e ficar ao léu

Perpetuo-me na eternidade em outros veículos
Nada sei por ora em que corpos viverei no advir
Quiçá serei então leão ou jibóia ou extraterreno

Deixar-me-ei levar pelas forças da atracção
Abraçarei sempre com agrado a gravidade
E tanto que voarei sempre que houver ocasião

Esmigalho as migalhas caídas no soalho
Migo o pão numa sopa de pedra granítica
Sonho com o Alentejo veicular da seiva sagrada…

Corro sanguíneo e fluido loucamente pelas areias de um renovado deserto temporário…

Escrito por Manuel (D’Angola) de Sousa, em Luanda, Angola, de 4 de Outubro de 2018, em Homenagem a todos Bebes e Recém-Nascidos Humanos e de todas as Espécies Animais e Vegetais do Planeta Terra, autentico limbo do desenvolvimento frágil da Vida, e a toda a Vida Universal, seja ela nos estados Físico ou Espirita ou em outro estado que desconheçamos ainda aqui na Terra!...

“À Minha Querida Prima mais pequena, a Alicinha, que hoje comemorou mais um Ano de Vida…”

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