quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

A Ilha dos Amores


Padre António Vieira
O Imperador da Língua Portuguesa, como Fernando Pessoa o designa na "Mensagem", exemplo vivo do homem total e do universalismo português, uma das personagens mais distintas e originais da nossa cultura. Em Vieira, temos a ideia de que terão existido "quatro impérios" já historicamente verificados, assírio, persa, grego e romano, e de um "quinto império" que estaria por vir, por construir, e que seria português.
Como diz Agostinho da Silva, o Vieira falava do mundo redimido, do mundo restituído plenamente ao Cristo! (...) e que esse mundo perfeito tinha que ser fabricado por portugueses e por espanhóis.
Verifica-se que a profecia do Vieira está concretizada até à parte em que Portugal se autonomizou das colónias, acabando assim também por se libertar a si próprio...

Quinto Império e Ilha dos Amores
Há uma linha de continuidade entre Camões, Vieira e Pessoa, embora pesem os diferentes tempos em que viveram. No fundo, os três são heterónimos do desejo de que se desenvolva no mundo uma realização plena do homem, tendo por ideia de homem um ser que não vive apenas alguns anos e morre... Portanto, dizer Quinto Império ou Ilha dos Amores, tem um sentido equivalente, sendo que a designação de Camões é até mais completa, mais ampla. No fundo, num homem superior há a noção de que se é ao mesmo tempo do ocidente e do oriente.
Fotos de Lucas Rosa
Na foto de baixo, ao fundo, a Ilha dos Amores envolta em neblina, no Rio Minho.


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