terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

O DIÁRIO DA MATILDE - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Foi simples mas bonita e sobretudo atingiu em pleno os objectivos que poderia colocar no que diz respeito à influência que pode ter na auto-estima das crianças e nos incentivos que lhes dá para se empenharem em atingir determinadas metas e ainda pelo treino que lhes proporciona ao terem que enfrentar uma plateia que, felizmente, estava cheia e ultrapassava a centena de pessoas. 

Como é bom de ver, estou a referir-me à cerimónia de entrega dos prémios de poesia do concurso promovido pela Câmara Municipal da Moita. 

Por muito insignificante que uma actividade como esta possa parecer, estamos a falar de coisas simples mas não anódinas e não me parece muito difícil de compreender o quanto estes resultados podem ser aproveitados, para além do que já disse, igualmente como um dos meios que podemos usar para promover a tão badalada excelência entre os alunos da escolaridade obrigatória e, com isso, sairmos da mediocridade que hoje em dia é dominante nos nossos estabelecimentos de ensino em que quase parece mal ser um aluno atento e aplicado. 

Por tudo isto, os organizadores estão de parabéns e faço votos para que a iniciativa se repita e melhore com o passar dos anos. 


E a Margarida lá esteve a receber o terceiro prémio que foi o seu e a ler o poema “A Paz”.   

Pai e mãe cheios de orgulho, também cientes do papel que têm desempenhado na educação da pardalada, tiveram a companhia dos avós paternos e das amigas Sílvia e Beatriz que a laureada fez questão de convidar. 

E hoje o piolhinho foi referido no jornal local que fez eco do evento. (1) 
Temos ou não motivos para saborear a felicidade deste vento? 



Ontem, quarta-feira, os alunos aprenderam uma nova palavra, bandeira, sobre a qual trouxeram trabalho para casa e, na aula, realizaram exercícios e ilustrações. 
Hoje continuaram a aula do dia anterior e houve Estudo do Meio sobre os símbolos nacionais. 



No Iraque continua a sabotagem terrorista ao processo de recuperação do país e de restauração da sua soberania alicerçada num poder plural e num estado de direito. 


E permanece o autismo ocidental. 


É incrível como se oculta e omite o facto de estarmos envolvidos numa guerra que se faz à escala planetária e a qual não desejamos e muito menos iniciámos mas que independentemente da nossa vontade ou consciência se abate sobre as nossas sociedades e modos de vida, pois é isso que acontece por acção da Al-Qaeda e respectiva constelação de organizações afins que em onze de Setembro declararam as hostilidades a um estado soberano e, por associação, a todos os outros que a ele possam aliar-se ou que se enquadrem na mesma expressão civilizacional. 

Muitos analistas falam deste terrorismo como sendo apenas destrutivo e consequentemente nada visar de construtivo sequer tendo em vista a tomada do poder. 

Bem, nem vale a pena chamar a atenção para a verdade de La Palice que o silogismo encerra nos seus termos. 
Mas vale a pena dizer que aquele é um erro grave e deriva da confusão dos métodos suicidas de que se valem tais criminosos, com os propósitos finais que possam ter em mente. 

Pois a verdade é que Bin Laden e acólitos ambicionam o poder e nada menos que o poder supremo de virem a ver e viver num mundo em que as existências de cada um decorram segundo os princípios que eles acham justos e os melhores para todos e, por isso mesmo, ainda que sem estarem sentados nas cadeiras do estado, cabendo-lhes decidir quem, como e quando alguém transgride e merece punição. 
E quanto aos desideratos destrutivos propriamente ditos, seria interessante que se compreendesse que os mesmos se aplicam única e simplesmente às formas de vida que os novos senhores de Alamute consideram ímpias e pecaminosas e que por isso devem banidos para que prevaleça um quotidiano de acordo com os seus ditames. 
Ora quando sustentamos que este terrorismo nada mais visa que a destruição, estamo-nos a esquecer daquilo que o move e ficamos desarmados perante a guerra total que ele nos declarou. 

Pressinto que estamos na eminência de uma catástrofe de grandes dimensões. 



A Lua 
luando no céu 

I want you 
diz Bob Dylan 
que nos harmoniza com as estrelas. 


Alhos Vedros 
  03/06/2004 


NOTA 

(1) Sob a responsabilidade da redacção, PEQUENOS POETAS DISTINGUIDOS, p. 4 


CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA 

Sob a responsabilidade da redacção, PEQUENOS POETAS DISTINGUIDOS, In “Jornal da Moita”, nº. 209, de 03/06/2004

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