O SOTÃO DOS BRINQUEDOS
Começaram a chegar novos dados sobre os anéis de Saturno.
Em breve saberemos mais sobre este gigante do sistema solar.
A Margarida e a Matilde e a amiga Beatriz é que estão nas sete quintas, sem outra preocupação que não a brincadeira.
No entanto dão excelentes provas de uma boa aprendizagem escolar, uma vez que no seu mundo de fantasia se revelam capazes de planear e pôr em prática actividades que implicam desenvoltura criativa e conhecimentos que, tendo sido obtidos através das aquisições da escolaridade, têm fontes exteriores a esse universo.
É o caso da peça de teatro que esta noite representaram para nós e a Amélia e a avó Rosa, no sótão bazar da Beatriz. Devo dizer que a Lara, companheira de classe da anfitriã e também habitual na paródia das tardes, completou o elenco.
Imaginada e totalmente realizada pela Beatriz e a Margarida que explicaram às amigas o que deveriam fazer e dizer nos papéis respectivos, incorporou cenários movíveis e mudanças cenográficas durante os actos e que as intérpretes operaram com toda a rapidez e eficiência.
“À Descoberta do Sótão dos Brinquedos”, de seu título, consistiu numa aventura imaginária de três irmãs que tendo ouvido falar num sítio cheio de brinquedos, inventaram uma história em que elas, com outros nomes, está claro, partiam à procura do sótão dos brinquedos e assim, do quarto das meninas se passou à floresta e à montanha onde pensavam estar o tesouro e por fim ao local almejado de onde regressaram ao ponto de partida em que terminou a peça com a hora de ir para a caminha.
Mas a Margarida e a Beatriz foram ao pormenor de fazerem árvores e nuvens em cartolina, com as gotas de chuva e flores no chão. Escusado será dizer que choveu no decurso da busca. Inclusivamente, com adesivo dos materiais da obra em curso, colaram aquele cenário à parede, tirando-o quando as irmãs finalmente chegaram ao sótão dos brinquedos.
E é claro que o sentido comercial das duas amiguinhas não poderia faltar.
Pagámos um euro por cada bilhete que elas fizeram, sem esquecerem o toque profissional do “compre nas bilheteiras” ao lado do preço.
No fim, tivemos direito a bebidas que podíamos escolher entre a água, um refrigerante de maçã e sumo de laranja que elas fizeram sob o olhar da Dona Rosário.
As palmas foram genuínas e o orgulho mais que justificado.
Fiquei encantado ao ver a concentração e a seriedade com que a Lara, a Beatriz e a Matilde representaram e a clareza e a entoação e ritmo com que a Margarida fez a narrativa que estruturou e conduziu a encenação do enredo.
Foi um serão em cheio e todos ficámos radiantes.
Agora que a pardalada dorme, o pai dá largas à leveza da alma.
Alhos Vedros
08/07/2004
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