quarta-feira, 4 de julho de 2018

A PROPÓSITO DA CONSTRUÇÃO DO NOVO AEROPORTO DE LISBOA



Decorreu na passada 6ª feira, dia 29 de junho, no Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, uma sessão de esclarecimento e debate sobre a possível localização do Novo Aeroporto de Lisboa. O meritório e oportuno Encontro foi organizado pela Assembleia Municipal da Moita e moderado pelo seu Presidente João Lobo. O painel esteve constituído por pessoas que ocupam lugares de relevo sobre o tema em debate, onde se pretendeu, afinal, perceber qual é a melhor solução, se um aeroporto absolutamente alternativo ou apenas um pólo aeroportuário complementar, para o atual Aeroporto de Lisboa, respetivamente, em Canha, no Campo de Tiro de Alcochete, ou na base Aérea Nº6 do Montijo. O tema é premente, já que o Aeroporto de Lisboa (Portela) está a atingir um elevado grau de lotação, com tudo de negativo que isso representa para o país. 

O grupo dos intervenientes convidados que constituiram o ilustre painel foi o seguinte: Moderador João Lobo (Presidente da Assembleia Municipal), Rui Garcia (Presidente da Câmara Municipal da Moita, Presidente do Conselho Diretivo da Associação de Municípios da Região de Setúbal) Eng. Carlos Matias Ramos (ex-Bastonário da Ordem dos Engenheiros, ex-Presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil), Carla Graça (Vice-presidente da Associação Ambientalista Zero), Duarte Silva (Gabinete do Secretário de Estado das Infra-estruturas), Francisco Pita (Administrador da ANA – Aeroportos de Portugal/Vinci Airports).

Foi um Encontro muito significativo para que se perceba, de facto, o que está em causa, com a decisão a tomar sobre qual a melhor solução para resolver os atuais problemas que o Aeroporto de Lisboa enfrenta. A audição pública que será aberta pelo governo, antes da decisão final, está prevista para muito breve, e acontecerá depois da apresentação do relatório dos impactos ambientais, favoráveis ou desfavoráveis, sendo que as obras estão previstas iniciar-se já no próximo ano.

Eis, então, numa síntese  que não esgota o problema, alguns dos prós e contras a que chegámos depois do debate, sobre se as novas infraestruturas aeroportuárias do país devem passar, ou não, pela Base Aéra Nº6, do Montijo:

PRÓS:
i) A Vinci, empresa da ANA – Aeroportos de Portugal, aposta nesta solução;
ii) Maior proximidade da Portela (do que Canha);
iii) Aposta numa solução dual – Portela + Base Aérea do Montijo, em vez de na construção de um novo aeroporto de raiz;
iv) as companhias aéreas preferem esta solução;
v) uma eventual maior sustentabilidade financeira, já que a UE não permite aplicações de dinheiros dos orçamentos estatais na construção de aeroportos...

CONTRAS:
i) a limitação espacial da Base Aérea que obriga a algumas intervenções polémicas (aumento do comprimento da pista para cima do rio, influências negativas na sua navegabilidade, expropriação de terrenos e eventual abate de casas no Samouco, etc.);
ii) A segurança, na pista e nas populações, integra alguns fatores de risco;
iii) Os equilíbrios ambientais locais sofrerão algumas alterações preocupantes, com afetação da avifauna e flora;
iv) aumento do stress ambiental e, sobretudo, da poluição sonora;
v) a curta longevidade desta solução, já que se prevê que, mais ou menos, uma dúzia de anos depois da sua entrada em funcionamento haja uma lotação das suas possibilidades;
vi) e, o mais importante, a forma como poderá afetar negativamente o bem estar das populações da margem sul do Tejo, nomeademanete, dos concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete.

Luís Santos

(Nota: As imagens foram extraídas do Google)


2 comentários:

Anónimo disse...

Pró da BA6 - Montijo
- O valor da sua construção;
- Cumprimento com a legislação europeia que obriga à sustentabilidade do investimento (quer seja promovido pelo sector publico ou privado);
- Tempo de execução;
- Proximidade do Aeroporto da Portela;
- Proximidade das acessibilidades;
- Custo da execução das acessibilidades;
- Tempo de execução das acessibilidades;
- As companhias aéreas querem a solução mais próximas de Lisboa.

Contras da solução Alcochete
– Ausência de acessibilidades (distancia do aeroporto à porta de armas);
– Tempo de construção das acessibilidades;
– A solução e as infraestruturas necessárias não garantem o critério da sustentabilidade financeira (a menos que se suba o valor das taxas);
– A solução modular de Alcochete colocaria em causa o investimento na Portela o que resultaria numa perda económica para o país;
– Janela temporal curta para fazer o investimento que permita aproveitar o enorme crescimento turístico;
– As companhias aéreas não querem ir para Alcochete no caso de uma solução modular.

Em caso de duvida, basta visionar os vídeos da iniciativa.

luis santos disse...


Agradecemos o seu comentário. A sua reflexão é bem vinda.

Independentemente, de sermos prós ou contras, o seu comentário surge-nos como uma mais valia para o debate que se vai fazendo em vários fóruns, sobre questão tão importante para a região, para o país. Neste sentido, podemos reparar que algumas das conclusões a que chegámos são coincidentes, e outras são mutuamente enriquecedoras.

Cordialmente.