1.
“Recuo De Marcha Atrás Quando Necessário Fôr Alterar O Paradigma À Consciência”
Vôo no balancear das danças dos corvos no alto da fortaleza
Aninho-me nas acrobacias deles na deslumbrante paisagem
Fundo-me no ouro reluzente do “El Dorado” do fim da tarde
Amalgamo-me alquimicamente e filosoficamente nos raios de Sol
Embrulho-me a mim e ao meu corpo no calor nascente da aurora
Envolvo-me nas fortes correntes descendentes e ascendentes
Aparafuso-me no ar que redemoinha em movimento helicoidal
Bato as asas o mais depressa e energicamente que posso
Luto contra as influentes correntezas aéreas aos solavancos
Sou levado pelo poder da natureza que teima em mandar
Comanda-me em parte o indelével instinto meio intuitivo
Guia-me a estrela do norte a um dos cantos do olho esquerdo
Com o direito sigo a rota para o campo magnético mais a sul
Leva-me a consciência quase que totalmente a linha do horizonte
Verticalizo a minha atitude e resisto a tudo e a todas as influências…
Faço marcha atrás e recuo quase que radicalmente na direcção oposta ao ocaso…
Escrito em Luanda, Angola, por Manuel (D’Angola) de Sousa, a 3 de Abril de 2019, em Memoria a todos os Homens e Mulheres que, ao longo da Historia e do Desenvolvimento Evolutivo Humanos, tiveram a coragem para proceder à mudança e à substituição de antigos paradigmas disfuncionais e ineficazes por outros mais modernos e mais profícuos, construtivos, inovadores, criativos, inspiradores, libertadores da mente, modernizadores e positivos para o respeito e o comportamento e atitudes Humanas…
2.
“Dobrado Em Silencio Na Confusão Dum Paraquedas Junto À Porta Do Templo À Morte”
Dobro o paraquedas à volta de um poste pára-raios ultravioletas
Pego no crânio sêco e molho-o com vinagre de maçã do Éden
Emagreço umas tantas miligramas a exercitar o abecedário
Tremo à porta do templo com mêdo de não acreditar em nada
Calo-me para melhor escutar o silêncio impune da extinção
Mata-se de maneira gratuita e quem paga são as vítimas disso
Grito sem que ninguém me ouça como um gorila em plena dôr
Fujo que nem uma gazela ameaçada pelos olhares assassinos
Arrepia-se-me a espinha de baixo a cima ao vêr o prazer da morte
Cada vez que oiço um clique fecho os olhos em estado de côma
Corro junto com uma manada de elefantes de coração sangrando
Olho ao espelho quase atónito e vejo um monstro sem pare
Meus olhos raiados de vermelho não permitem que veja a luz
Agiganto-me de uma vez por todas para dizer que basta e nada mais
Arrebento com as balas e com as armas cuspidoras de vil fogo
Deixo que o desejo me faça crescer asas rapidamente nas costas
Subo a uma árvore para visualizar uma série de miragens tremeluzentes
Chamo algumas com as mãos como se lhes fosse dar milho em pipoca
Chocalho a cabeça e a franja rapada à catanada para atrair moscas raras
Enxoto os hipotéticos pensamentos invasores das estepes para longe
Corto o mato pela raiz quadrada para calcular quantos pés há por ali…
Empurro a imaginação para fora da mente com os dentes afiados uma noite antes…
Escrito em Luanda, Angola, a 2 de Março de 2019, por Manuel (D’Angola) de Sousa, em Protesto contra toda a forma de caça e de extinção premeditada aos Animais Selvagens e ainda, a muitos dos Animais Domésticos uteis, como os Gatos que, cada vez são menos nos telhados e ruas das Cidades (permitindo que haja uma autentica peste de ratos e ratazanas a proliferarem livremente pelas ruas, quintais e casas, levando vírus e bactéria transmissora de doenças mortais à Humanidade) …
3.
“De Olho Na Transferência Da Matéria De Eras Passadas Para Aquelas Infinitas Da Alma”
Olho para a transparência do vosso corpo vazio
Encho a garganta sedenta cheia de galhos quebrados
Imagino-me a construir uma cubata de pau-a-pique
Durmo para o lado que me pesa menos quilos
Despejo a consciência cheia num esgoto público
Limpo os vazos sanguíneos capilares cerebrais
Planto neles sementes de cebola e tomate em polpa
Compro papel branco de embrulho para prendas
Presenteio-me a mim e à Humanidade com o presente
Ofereço o tempo que me sobra num altar esvaziado
Remeto idiotices impensadas a um dos sete Céus
Harmonizo a Alma espiritual num dos pratos da balança
Paraliso a cara primeiro e todas as rugas a seguir
Envio o aviso de urgência em envelope fechado lacrado
Mando assuntos compostos e questões ôcas via correio
Aceno no topo da columbófila aos pombos de expressão inglesa
Tombo do alto de uma torre com o relógio de pulso avariado
Agarro-me com afinco aos ponteiros desgovernados
Perco horas e muitos minutos a tentar perceber a Existência
Escangalho a agenda onde tenho tudo planificado ao milímetro
Desarranjo os intestinos grosso e delgado numa tempestade…
Evito o holocausto ao transferir-me da matéria passada para a desta Era…
Escrito em Luanda, Angola, por Manuel (D’Angola) de Sousa, a 1 de Abril de 2019, em Homenagem a todos os Antepassados Humanos e Àqueles que deram Origem à Humanidade e ainda, aos Antepassados Directos, os quais, alguns, tive o privilégio de conhecer vivos e a toda a Humanidade do Presente e Àquela do Advir (Futuro) que, espero, seja formada já por salganhada de Gentes de todas as Origens e ditas Etnias, vindas de todos os cantos de nosso mui Maravilhoso e Único Planeta Terra…