Vila Velha de Ródão
23-25 de março/2024
Meio da manhã rumo ao Arts
Rupestre Hotel, Vila Velha de Ródão. A rota traçada foi a linha do Tejo. Pelo
meio, um cantinho bem verdinho a envolvê-lo em Benavente, um almoço para
esquecer em Salvaterra de Magos, onde as enguias fritas anunciavam a típica
gastronomia regional e a lembrança de Constância, terra de Luís de Camões, onde
o Zêzere, bonito de ver, se despeja no rio maior.
O Hotel, simpático, em sítio
arejado, tem como paisagem justamente o nosso rio, até às portas de Ródão,
ex-libris natural, monumental, duas enormes massas rochosas por onde o rio se
estreita e logo em seguida se avoluma para seguir o seu curso. Acima das
portas, acentuada altitude, em hora muito ventosa, o castelo do rei Vamba com
miradouro de vista privilegiada para todo aquele impressionante conjunto.
Almoçámos bem na “Tasca das Cachopas” e até considerámos que aquele ar medieval que se respira em Niza merecia um restaurante assim, significativo património local, onde a gastronomia tradicional, bem confecionada, ganha relevo.
De volta a VV de Ródão, à beira
do rio, deu para se comprovar das pinturas rupestres que dão nome ao sítio de
alojamento, em presença humana com testemunhos do Paleolítico Médio, 30 mil
anos atrás. Ainda deu para sentir o espírito dos elefantes que outrora viveram
por aqui, entre abundante fauna, enquanto um barquinho sai do seu cais fluvial
em passeio turístico e a encosta da serra mostra uma linha de comboio de
localização absolutamente fantástica, em que se adivinha idílica viagem, mas
que não fizemos porque a escapadinha não deu para mais. Aqui, onde começa o Parque Natural do Tejo Internacioinal, como muitos outros recantos por descobrir.
VV de Ródao, uma vila interior do
país, que sobe desde o vale do rio serra acima, em terreno acidentado, poucos
habitantes, com estrada principal em péssimo estado e obras demoradas a
decorrer, onde uma mudança dos ventos trouxe o cheiro agressivo de fábrica de
pasta de papel. Enfim, entre belas paisagens, alguns aspetos de menor
atratividade que, todavia, não lhe retiram bons motivos para uma visita de um
fim de semana prolongado.
Alhos Vedros, 28 de março/2024
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