O show do Tropicana é para o inglês ver.
Trata-se de um espectáculo de música do Caribe que, pelo colorido e diversidade dos fatos que os cantores e bailarinos usam, faz um efeito de encher a vista que os ouvidos, esses, encantaram-se pelos ritmos e la pásion das vozes que recriam ou pretendem recriar uma Cuba de cabaret que já não existe.
Jantámos num excelente restaurante instalado numa espécie de estufa, cujos tufos de verde dos canteiros prolongam o jardim botânico que preenche o perímetro do complexo, da mesma forma que o faz em relação ao edifício em que se encrusta a esplanada em que decorreu o musical.
O Capitólio que dizem ser uma réplica do original de Washington é hoje em dia ocupado com serviços científicos e pedagógicos da Universidade de Havana.
Vale a pena passear pelos amplos corredores com chão em mosaicos de patinagem, a preto e branco.
Símbolo e sede do poder que a revolução castrista derrubou, ainda hoje lá está o hemiciclo do antigo parlamento.
Interessantes exposições de pintura com a surpresa de vermos as tintas da china de uma voz crítica.
Levámos mais uma aguarela e um óleo para casa.
Há dias que nada sei do que se passa pelo mundo.
Não há imprensa livre em Cuba; os jornais e as revistas existentes pertencem ao estado ou ao partido comunista. O mesmo para a rádio e a televisão cujos debates e programas formativos têm, normalmente, o cunho da propaganda.
Como tenho a certeza que tudo está bem com os meus amores e como não me apetece telefonar para quem quer que seja, é como se estivesse noutro planeta.
São dias propícios para que o namoro regresse.
Havana
31/03/2004
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