quarta-feira, 14 de novembro de 2018

A Poesia de Manuel (D'Angola) de Sousa


1.

“Flutuo Assaz Vazio Após A Pesagem Da Ânima Na Balança Egípcia Das Almas”

Flutuo dentro de um corpo que não me deixa fugir
Estrebucho com o bucho cheio de expectativas vazias
Mastigo a bucha com algo de holístico no interior
Reviro e estico o estômago revolto e sem vontade
Na cabeça tenho encerrada uma caixa de surpresas

Desencanto a cantar um canto obscuro na aura
Pinto o que posso com pintas e listras axadrezadas
Remeto-me a um medonho silêncio assaz singelo
Tremo anda mais que as varas verdes à beira do nada
Tenho um medo terrível de cair no fundo do precipício

Ao invés de entrar no cortiço pela porta subo pelo cano
Rompo com o passado como se não tivesse futuro
Fecho o melhor que posso o punho semi-erguido
Escapo de ser um infinito arguido no caso existencial
Junto-me ingenuamente a pseudo eruditos encalacrados

Enrolo-me tanto que mais pareço um caracol lento na casca
Assemelho-me em incertas ocasiões a um ouriço encabulado
Recolho todos os cestos de ovos ouro que posso onde passo
Trago alguns precariamente pendurados nos lábios doridos
As fantasias alimentam-me ainda os desejos e as ilusões …

Remeto-me de vez a apreciar os hologramas e a pesar-lhes a Ânima nas balanças egípcias das Almas…

Escrito em Luanda, Angola, por Manuel (D’Angola) de Sousa, a 10 de Novembro de 2018, em vésperas das Comemorações da Data da Independência de Angola em 1975…

“Viva Angola Independente e que, seja esta nossa Nação Angolana, uma Terra virada em pleno para o Mundo e para a Prática Aberta do Modernismo, para o Ensino Cientifico, Académico de Topo e Tecnológico, e que seja, de ora avante, um Nação de plena Economia de Mercado Livre, e onde todos os de Boa Vontade e que desejem Investir com Segurança e em Liberdade, sejam aceites e recebidos de braços abertos e com o carinho e receptividade próprias ao/do Povo Angolano…”

“Tenho um pavôr terrível das ditas “justiças” julgadas pelas ordens impostas da falácia e da pseudo-mentira, sobretudo, de algumas Regiões ou Terra que, por esse Mundo a fora, se dizem institucionais, mas que porém, nunca o foram e jamais o serão!…”


2.

“Do Ocidente Da Vida Enigmática Para O Destino Predestinado Da Rota Para Oriente…”

Não estou para me chatear com buracos negros que não vejo
Olho para o chão em busca da inocência perdida há muito
Por baixo de mim passam as águas revoltas duma vida
Procuro num palheiro a razão de ter tanta fome
Enfio-me num táxi da Uber em andamento

Regateio na rua por preços muito mais baixos que o habitual
Jogam-me como resposta tomates e ovos podres à boca
Tento abrir os olhos o melhor que posso a meio disso
Hei-de usar óculos de sol e de chuva na próxima
Fecho as mãos protectoras em concha oval

Rebento aos gritos das profundezas enquanto exploro gemas
Oriento-me pelo intenso brilho de pedras e terras raras
Vou de braço-em-braço numa dança bolchevique
Arrumo a mala de cartão e parto de seguida
Viajo mental e fisicamente para o além

Regresso a mim e à consciência muito antes da véspera de Natal
Venho a tempo de poder provar uma fatia tenra de Bolo-Rei
Molho as filhós no molho de vinho do Porto envelhecido
Embebeço-me meio babado pela camisa de cetim
Entorno a sôpa-da-pedra na fatiota meio rôta…

Sei que me desdobro em esforços vãos no seio da rota para o Oriente indo para lá nas calmas…

Escrito em Luanda, Angola, a 9 de Novembro de 2018, por Manuel (D’Angola) de Sousa, em Alusão aos Povos de todo o Mundo, em prole de um Vida Comum em Compaixão e em Paz plenas…

“À verdadeira União dos Povos do Planeta Terra em Evolução Conjunta e sem guerras ou fronteiras delimitadas ou condicionalismos …”


3.

“Estático Entre Suspeições De Teses Ou Teorias Tubulares De Juízos Inflexíveis” 

Suspeito que não hajam nem teses e nem teorias maiores
Imagino fantasias fantásticas menores num banho de imersão
Emerjo as mãos no azeite puro a pensar na virgindade daquele

Endireito-me melhor dentro de um tubo curto flexível
Fabrico imagens com as antecâmeras ópticas de ambas as iris
Concentro-me de olhar enigmático nos olhos hipnóticos de outrem

Empertigo-me todo para conseguir esticar-me até ao tecto
Toco nas partes ôcas do dito juízo unânime com um eco medonho
Assusta-me o circunstancial facto de pouco conhecer aquilo que já lá vai

Levanto a poeira revelando os verbos presentes e passados
Arranco deveras carrancudo as fundações da originalidade gasta
Rompo as cortinas das brumas misteriosas antes delas tocarem o chão

Revolvo e reviro a consciência de patas para o rarefeito ar
Arranjo-me conforme posso a tentar chegar à corda que me elevará
Prego-me de cabeça para baixo sem necessidade da utilização do martelo

Inclino o linguarejar da língua afiada mais para a direita
Recorro ao discurso directo para endireitar frases descabidas
Resolvo ficar quieto enquanto o resto do Mundo mexe à minha volta…

Quase paraliso e fico estático quiçá eternamente perante o tamanho da paliçada entre mim e Deus…

Escrito por Manuel (D’Angola) de Sousa, a 7 de Novembro de 2018, em Luanda, Angola, em Homenagem aos que Sofrem e Padecem um pouco por todo o Mundo, seja com guerras injustas e sem qualquer razão plausível, quer por miséria, exploração, ou por carência de higiene, forme ou falta de saúde em condições ou ainda, mesmo, por ausência de educação e outros meios requeridos e minimamente suficientes para a sobrevivência do/no dia-a-dia das Sociedades Humanas várias…
4.

“Atravesso O Tempo Unidimensional Encavalitado Num Obscuro Erro Crasso Reflexo”

Encavalito-me no provável cavalo errado
Participo em corridas com o início no fim
Paro para olhar para a minha retaguarda ôca
Custa-me a encontrar um sentido a onde ir
Deparo com impenetráveis paredes no meio

Esburaco a passagem e escavo tuneis
Atravesso as dimensões tridimensionais
Vivo vidrado pelos reflexos das vitrinas
Encandeio-me com as janelas das fachadas
Grito sem razão para produzir um eco vazio

Peço socorro no seio da escuridão opaca
Apalpo a existência rodeado do obscuro
Ignoro o quanto falta para o resto do tempo
Alargo a margem e o espaço reduzido a nada
Visualizo visões que não me levam a lado nenhum

Perco-me aos ziguezagues por entre palavras
Abraço o verbo com força tal que fraquejo
Trago há muito um destino predestinado
Torno-me ainda mais cego que antes disto
Revejo os pensamentos de todas as eras…

Retiro a tampa da moleirinha para arejar e sentir as estrelas…

Escrito a 6 de Novembro de 2018, por Manuel (D’Angola) de Sousa, em Luanda, Angola…
A todos aqueles e aquelas que teimam em aprender a falar variadas Línguas Internacionais ou Extranacionais, para alem das Nativas ou Originais, alimentando assim a mente de um Pensamento Cosmopolita Mental Multicultural e Multinacional, recomendado nos dias de hoje a todos os Seres Humanos que se dignam ou primam pela intercomunicação e internacionalização profissional e académica e pelo cruzamento globalista de relações Humanas…

“Viva o Espirito Uno e Multidimensional da Humanidade Globalista e Moderna…”

“Pelo Paradigma permanente da Evolutivo da Multinacionalidade e pela Unidade e Multidiversidade Cultural Humana…”

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