FORÇA PORTUGAL!
Não sei o que dizer da constituição europeia que ontem foi aprovada numa cimeira dos governos da União, em Bruxelas.
Caricato é o facto de, entre nós, este ter sido um assunto tão pouco abordado na recente campanha para o parlamento europeu.
Mas é o país que temos com os políticos que tão bem o caracterizam.
Cá para mim não vejo que fosse necessário um tal documento com o compromisso que implica e as influências que terá no relacionamento e enquadramento dos diversos países membros.
Não conheço o texto para que aqui o possa comentar, mas preferia que se desse tempo ao tempo, isto é, se deixasse sedimentar a moeda única e todo o entrosamento que a mesma provocará quer no plano macro-económico quer, a partir daí, nos contextos da micro-economia e da generalidade das relações sociais entre aqueles membros que a partilhem.
Mais que a Europa dos estados, importa compreender que a União só será possível se se fizer a contento dos seus cidadãos, caso contrário, correremos sempre o risco de construirmos edifícios que podem vir a colidir com as espectativas e os desejos das populações.
E depois não sei se o federalismo será um modo conveniente para unir um grupo de países com tradições de independência mais ou menos longa e níveis de desenvolvimento muito diferenciados como os que ainda hoje se verificam, por exemplo, entre nós e os dinamarqueses.
Pois avaliando pelo que dizem os líderes e os burocratas, estamos na fase histórica da Europa dos Vitorinos, temo assim que seja aquela ideia que os constituintes, muito lá no fundo, têm em mente.
Por cá vivemos sob o manto da ditadura do futebol.
Aos microfones da TSF, Jorge Perestrelo ofendeu Prado Coelho que aqui há dias se terá manifestado contra o clima de nacionalismo que se tem vindo a manifestar sob a forma das bandeiras nas janelas e varandas.
Os cacetes estão nas bainhas, mas estão lá.
Até quando?
As férias estão a chegar.
Hoje foi a última aula de catequese deste ano.
As manhãs e os fins-de-semana serão mais tranquilos nos próximos três meses.
Tenho para mim que a este nível a Matilde está melhor preparada que a irmã. Enquanto esta só este ano, com a mudança de turma, aprendeu certos episódios da vida de Jesus, o pardalito já ouviu muita informação a esse respeito e, não poucas vezes, no decurso das conversas familiares, tem dado mostras de ter estado atenta e ter dominado os dados a que teve acesso.
Seja como for, chega, por agora.
Em Outubro haverá mais.
Este diário é que já não estará cá para o registar.
Ena pá, a Margarida já nada crawl com toda a facilidade e até com alguma elegância.
E se não podes vencê-los, junta-te a eles, lá diz o ditado que serve para ironizar as teimosias mais inconvenientes.
Pois bem, agora fico por aqui.
Nas próximas duas horas, Portugal estará suspenso do televisor.
Está o apuramento para os quartos-de-final em jogo no desafio com a selecção espanhola.
Avaliando pelo dramatismo com que a comunicação social trata o evento, dir-se-ia que é o destino da pátria que está pendente desse resultado.
Alhos Vedros
20/06/2004
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