(Fonte da Imagem: Wikipédia, autor desonhecido)
A Idade Moderna: O Renascimento
A partir do século XVI abre-se um novo período na história do pensamento europeu que vai corresponder ao desenvolvimento de um novo paradigma político. Se até aqui as ideias dominantes se subordinavam, em larga medida, a uma lógica religiosa católica, um conjunto de novos acontecimentos vão impor uma lógica de pensar mais assente na razão, diretamente ligada aos avanços que o pensamento científico vai conhecer. Doravante, uma tensão constante entre religião e ciência, com um domínio crescente desta, vai marcar o domínio na explicação da realidade para os próximos séculos.
Os
acontecimentos mais importantes que assinalam esta significativa rutura
paradigmática são os seguintes: Renascimento, centralização do poder, Reforma,
Descobrimentos e Contra-Reforma.
O Renascimento marca um retorno (um
renascer) à Antiguidade Clássica, à filosofia grega, interrompendo o domínio
exclusivo da lógica católica que, como vimos, se desenvolveu durante toda a
Idade Média. Uma nova teoria que substituiu a terra pelo sol quanto à
centralidade que ocupavam na organização planetária, designada por
heliocentrismo, proposta avançada por Copérnico e solidificada, entre outros,
por Galileu, vem destronar a lógica geocêntrica ptolomaica que afirmava o
planeta terra como o centro do universo, à volta da qual todos os planetas
giravam, inclusive o sol.
O
heliocentrismo costuma ser o acontecimento por excelência que mais marca o
início do Renascimento, mas a par dele existem muitas outras descobertas
científicas e filosóficas igualmente importantes, como será o caso, por
exemplo, da sistematização do método experimental feita por Déscartes que vem
abrir portas a uma lógica científica que urge.
A centralização do poder político
exprime-se na formação das grandes monarquias europeias, tal como ocorreram em
Inglaterra, França e Espanha. Tempos em que imperam políticas de absolutismo
real, em que um só, rodeado do seu séquito, centra unilateralmente em si o
poder da decisão política.
A Reforma que constitui um movimento de
protesto religioso que nasce no interior da própria Igreja e vem criticar
alguns dogmas católicos que careciam de sustentação. Este acontecimento
centrado na Alemanha, liderado por Martinho Lutero, em 1517, e que depois se
vai impor, sobretudo, nos países do norte da Europa, vai quebrar a unidade
religiosa que até então vinha a caracterizar a parte ocidental do continente,
cindindo daí para a frente ainda mais a Igreja, em católicos e protestantes. Os
ortodoxos e os anglicanos são as outras grandes religiões cristãs que se
constituíram em rutura com a Igreja Católica.
Em
reação à forte dimensão que os Protestantes vão adquirir, por um lado, e aos
avanços da ciência, por outro, vai-se criar um movimento jesuíta que tenta
proteger a Igreja do seu enfraquecimento crescente que se designa por Contra-Reforma.
Por
fim, assinale-se a importância que os Descobrimentos
portugueses e espanhóis tiveram neste período com as grandes viagens
ultramarinas, quer no que diz respeito ao grande incremento das trocas
comerciais, que trouxeram novas possibilidades ao mundo, quer no levar do
monoteísmo cristão ao mundo e nas crenças da Jerusalém Celeste, que nas
palavras de Luís de Camões podemos traduzir pelo seu Canto sobre a “Ilha dos
Amores”.
Luís Santos
Nota: A segunda imagem, um dos símbolos do Renascimento, "O homem vitruviano", é da autoria de Leonardo Da Vinci.
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