Fulgurante como mil sóis, António Tapadinhas, 2008 Acrílico sobre Tela, 40x50cm |
Rómulo de Carvalho, poeta, pedagogo,
historiador de ciência e educação, licenciado em Ciência Físico-Químicas,
professor, que conheci na Escola Veiga Beirão. Tinha como poeta o pseudónimo de
António Gedeão. Pedra Filosofal, Enquanto. Lágrima de Preta e Calçada de Carriche são alguns dos seus mais célebres poemas.
Nasceu em Lisboa
a 24 de Novembro de 1906 e morreu em Lisboa a 19 de Fevereiro de 1997.
É dele o "Poema da Morte na Estrada".
António Tapadinhas
Poema da Morte na Estrada
Na berma da
estrada, nuns quinhentos metros,
estão quinhentos mortos com os olhos abertos.
A morte, num sopro, colheu-os aos molhos.
Nem tiveram tempo para fechar os olhos.
Eles bem sabiam dos bancos da escola
como os homens dignos sucumbem na guerra.
Lá saber, sabiam.
A mão firme empunhando a espada ou a pistola,
morrendo sem ceder nem um palmo de terra.
Pois é.
Mas veio de lá a bomba, fulgurante como mil sóis,
não lhes deu tempo para serem heróis.
Eles bem sabiam que o último pensamento
devia estar reservado para a pátria amada.
Lá saber, sabiam.
Mas veio de lá a bomba e destruiu tudo num só momento.
Não lhes deu tempo para pensar em nada.
Agora,
na berma da estrada, nuns quinhentos metros,
são quinhentos mortos com os olhos abertos.
estão quinhentos mortos com os olhos abertos.
A morte, num sopro, colheu-os aos molhos.
Nem tiveram tempo para fechar os olhos.
Eles bem sabiam dos bancos da escola
como os homens dignos sucumbem na guerra.
Lá saber, sabiam.
A mão firme empunhando a espada ou a pistola,
morrendo sem ceder nem um palmo de terra.
Pois é.
Mas veio de lá a bomba, fulgurante como mil sóis,
não lhes deu tempo para serem heróis.
Eles bem sabiam que o último pensamento
devia estar reservado para a pátria amada.
Lá saber, sabiam.
Mas veio de lá a bomba e destruiu tudo num só momento.
Não lhes deu tempo para pensar em nada.
Agora,
na berma da estrada, nuns quinhentos metros,
são quinhentos mortos com os olhos abertos.
Sem comentários:
Enviar um comentário