terça-feira, 16 de agosto de 2016

O DIÁRIO DA MATILDE - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

OBRIGADO POR ESTES ANOS

Na passada sexta-feira foi a greve da função pública. 
Esta manhã paralisou a Carris e à tarde foi a algazarra dos estudantes. 

As prestações económicas falam de um crescimento negativo e de uma diminuição do PIB. 
E o problema é que o país, em termos de captação de investimento estrangeiro, perde para certas regiões de Espanha e alguns dos novos parceiros da Europa central. 

E alegremente, aí vem o Euro 2004 como o grande desígnio nacional para o próximo ano. 


Avisadamente o governo português votou favoravelmente a autorização para que a Alemanha e a França transponham a barreira dos três por cento no défice público imposta pelo pacto de estabilidade na zona euro. 
A verdade é que desta forma será muito difícil que alguém aprove uma sanção a uma futura derrapagem da nossa economia. 
E Durão Barroso sabe bem o que aconteceu a Cavaco Silva. 
Ora com a malta da bola a pôr e a dispor do bolo público por causa do torneio que projectará Portugal até à Estação Espacial Internacional, muito dificilmente o festim deixará o orçamento respirar no próximo ano. 
Salva-se pois esta prudência. 


Mas podemos registar um verdadeiro bom exemplo. 
Um acordo entre os trabalhadores e a administração, na Auto-Europa, conseguiu evitar um despedimento de oitocentos funcionários da empresa. 

Só é pena que sejam apenas estes os oásis de que somos capazes. 



A Matilde teve uma folga inesperada. A Professora faltou. 
Que rica manhã de brincadeira que, pelo testemunho da hora do almoço, continuou pela tarde fora. 


E por iniciativa da Margarida fomos jantar fora. 
O pai e a mãe fazem dezanove anos de casados. 
Obviamente paguei eu, mas o calor que senti à volta daquela mesa foi aquele que um dia voltarei a sentir quando o piolhito puder levar o convite até ao fim. 
É claro que a mãe lontra estava tão feliz como eu. 



As eleições na Geórgia repetir-se-ão no início de Janeiro. 



O pavimento cedeu e repentinamente abriu-se uma cratera que engoliu um autocarro. 
Outrora passou ali uma ribeira. 
Palavras para quê, 
                              é uma estrada portuguesa com certeza 
                              é com certeza uma estrada portuguesa 
                                                                                             mais exactamente em Campolide. 



Sempre com raciocínios brilhantes, o Professor Vital Moreira diz-nos que os atentados que se têm verificado no Iraque, contra as forças de ocupação, são o melhor testemunho da resistência daquele povo. Depois acrescenta que a invasão falhou pois veio a dar força ao terrorismo internacional que agora faz daquele país o seu campo de batalha. 
Em que ficamos? 
Tal como ele escreve, talvez fosse preferível a segurança da ditadura. (1) 



Há queda de neve nas zonas mais elevadas da Serra da Estrela. 


 Alhos Vedros 
   25/11/2003 


NOTA 

(1) Vital Moreira, PERSISTIR NO ERRO, p. 8 


CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA 

Vital Moreira, PERSISTIR NO ERRO, In “Público”, nº. 4996, de 25/11/2003

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