Fazenda
Invernada de 1822 (em reforma) Morro Agudo-SP
Fonte: Informativo (Jornal da Carol)
2005
É triste ver cidades com séculos de existência destruírem o seu patrimônio histórico-arquitetônico em nome do tão sonhado progresso. Derrubada de casarões e de edifícios de época é feita da noite para o dia, sem a menor consciência. Que desenvolvimento é esse que apaga da sua história as marcas e caminhos percorridos por seus antepassados? Como exigir dos cidadãos de agora amor e respeito ao solo que os viu nascer se eles não têm referencias e exemplos a seguir? Como desenvolver sentimentos de identidade, pertença e orgulho, se eles não conhecem suas raízes, passado, lutas e conquistas! Como formar indivíduos briosos e valentes se eles não sabem de quem provêm, de onde vêm e para onde vão! Como poderão avaliar a força do gene que cada um traz em si, e que foi capaz de mobilizar gerações a ir atrás do sonho?
É na
sequência de gerações que o caminho se faz e se aprimora. É nas marcas
deixadas por elas que o orgulho de pertença aparece. É na herança que o passado
nos deixa que o futuro se assenta e o progresso acontece.
A história
interiorana é tão rica quanto seu solo. Nele se achou ouro,
diamantes, pedras preciosas. Plantou-se e criou-se gado. Gente aventureira,
desbravadora e destemida se instalou em seu território, fez coisas boas e más,
aos trancos e barrancos, acertando e errando, trouxe progresso.
Longe do
Poder Central e da civilização, os portugueses, depois de lutas, mortes e
expulsões, conquistaram a região. Abriram com a ajuda dos índios aculturados
picadas e caminhos, vararam rios e florestas, fundaram arraias e vilas,
destruíram tribos e quilombos. Ganharam sesmarias, compraram e se apossaram
de terras, fizeram grandes fazendas onde desenvolveram latifúndios que, com
ajuda do escravo e do caboclo, mais tarde dominaram a política do interior
brasileiro.
Há quase
duzentos anos, uma das famílias que marcou esse espaço fundou em Morro Agudo,
na margem esquerda do Ribeirão do Carmo, a Fazenda Invernada.
Fazenda Invernada (de 1864) Morro Agudo-PS
Fonte: Informativo (Jornal da Carol) Maio/2005
A idéia inicial
do Tenente Francisco Antonio Junqueira, do seu irmão João Francisco, e do seu
cunhado o alferes João José de Carvalho era pousar para invernar, mas gostaram
tanto do local que ficaram e construíram uma fazenda que subsiste até os nossos
tempos. Nela Francisco Antonio estabeleceu-se definitivamente, criou seus
21 filhos (dos quais sobreviveram sete), criou gado e produziu queijos para a
venda. Um dos seus filhos, Francisco Marcolino Diniz Junqueira, herdeiro que
ficou com a Fazenda Invernada, se tornou um grande produtor de bovinos, porcos,
muares e cavalos. Foi dessa geração que saíram os protótipos dos Mangalarga,
orgulho da raça eqüina do interior. Nestes quase 200 anos de gerações da
família o patrimônio cresceu e o conjunto arquitetônico da fazenda (casa
grande, senzala, dependências de serviço,...) foi preservado (1822/1864) e
reformado para orgulho da Família Junqueira de Morro Agudo SP.
Maria
Eduarda Fagundes
Uberaba,
28/07/16
Fonte dos
dados:
Jornal da
Carol (Maio/2005)
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