SINAIS DE FUTURO
Ora aqui está outro exemplo que deve merecer aplauso e destaque.
No concelho de Moura, mais precisamente no lugar da Amareleja, está em instalação a que virá a ser a maior estação de aproveitamento de energia solar a nível mundial.
Eis o género de projectos bem-vindos que, no imediato, para além de criarem postos de trabalho e gerarem riqueza no interior da nossa economia, têm a particularidade simpática de produzirem recursos energéticos inócuos em termos ambientais e ainda mais importante, renováveis, para além de terem elevado potencial de aproveitamento no futuro. Neste caso específico, com o acréscimo da relevância quanto à sua localização, uma vez que é a partir de investimentos como estes que, eventualmente, se conseguirá inverter as tendências depressivas do interior, recuperando esse vasto território para as vindouras gerações dos actuais residentes e daqueles que necessariamente aí se fixarão.
Está de parabéns quem na câmara municipal teve a ousadia e as vistas largas para lançar um tal empreendimento, para o qual já está criada uma empresa com noventa por cento de capital municipal. É este um bom exemplo de aplicação do dinheiro dos contribuintes. E com isto exploramos da melhor maneira uma potencialidade geográfica que possuímos, a exposição a um grande número de horas de insolação.
Venham mais como este é o nosso maior desejo.
E no dia em que os cientistas esperam que o robot “Spirit” fique em condições de iniciar o passeio pela superfície marciana, o Presidente Bush fez um discurso à nação em que anunciou um regresso à Lua, com o objectivo de aí construir uma estação habitável que sirva de rampa para outras aventuras no sistema solar e no espaço inter-galáctico.
É claro que a um ano das próximas presidenciais, temos aqui uma bela bandeira eleitoral. Se há dinheiro para isso, como escutei ao Professor Marcelo Rebelo de Sousa, é algo que para esse efeito tem pouca importância pois, a não ser disponibilizado pelo Congresso, o candidato à reeleição poderá sempre dizer que foram os congressistas que travaram as suas boas intenções.
Seja como for e não importa se no agora proposto ano de dois mil e vinte ou em qualquer outro, a verdade é que não há alternativa a programas como este, pois também não temos alternativa à emigração extra-planetária, isto é, às diásporas cósmicas.
Mas estes são sinais de futuro.
E para tanto os alunos tiveram um dia preenchido por exercícios com frases.
A Matilde referiu-o à irmã com todo o ar de satisfação.
O Senhor Presidente da República
que não pára de falar
pediu à segunda figura pública
que lesse os recados que tinha para dar.
O homem que assinou uma amnistia que beneficiou Clientes do seu escritório de advogados e com isso absolveu as condenações a que a Bayer tinha sido sujeita num caso pouco ou nada aprofundado pela imprensa, vem agora alertar os parlamentares para os problemas do país.
Ultrapassámos a fase do faz de conta do guterrismo.
Estamos a ver se recuperamos o teatro de revista.
E por ora vos deixo
que os King Crimson aqui estão a convidar para uma viagem
pelo imaginário.
Alhos Vedros
14/01/2004
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