terça-feira, 5 de novembro de 2019

O DIÁRIO DA MATILDE - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Viagem pelo sudeste de Minas Gerais; o nosso destino é Ouro Preto. 

O carro rola ao compasso de música para encher as paisagens que, mal se começa a subir em direcção a Petrópolis, deixa a planície com cumes ao fundo para se compor de maciços que por aqui e ali, abrindo grandes vales verdes de mata e decorados pelo castanho férreo da rocha crua dos enormes blocos de rocha que se deixam ver abruptos a dar corpo a cumes repentinamente muito elevados. 
Deep Purple in concert, há quantos anos não ouvia estes sons. 


Fico com a ideia que ao escalarmos as serras que fazem a fronteira entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, estamos no planalto central brasileiro em que provavelmente assentará todo este território que me parece estar a muitas centenas de metros acima do nível médio das águas do mar. 
Pelo menos nesta região sudeste, Minas Gerais tem um aspecto montanhoso. O horizonte recorta-se de corcundas mais ou menos altas e imponentes que não se fizeram rogadas para formarem serranias também elas, ora aqui de pequeno, ora ali de grande porte. 


Como somos muitos, viajamos em carros separados. 
Sigo com o Luís no van que transporta as bagagens e os demais no automóvel que alugámos quando aqui chegámos. 

Segundo a mãe, as minhas filhas estiveram sossegadas e participaram nas conversas de circunstância.

Mas infelizmente o Quim não registou o trajecto com a sua câmara digital. 



Desvio para Tiradentes, uma surpresa deliciosa que justifica plenamente os mais de cem quilómetros que a tanto obriga. 

Uma pequena localidade cheia de interesse histórico na rota das cidades do ouro que inicialmente terminava em Parati. 

O núcleo urbano antigo faz-se de casas tradicionais bem preservadas nos seus aspectos e pinturas que dão colorido à praça e às ruas que daí partem até à igreja barroca que se ergue num dos limites do povoado; imaginamos os carros de bois com rodas de madeira sobre estes pavimentos de calhau grandes e arredondados, ou lajes calcárias multiformes e atapetadas em desalinho. 

À entrada, a placa toponímica tem o símbolo de uma estância termal. As pequenas carroças puxadas por potros que se alinham, à direita, na praça principal, oferecem uma visita pelos pontos de interesse e os pisos térreos abrem portas a restaurantes e bares e às muitas casinhas de venda do mais variado artesanato que vai das simples bugigangas ao mobiliário, passando pela pintura e as tapeçarias e demais artes têxteis. 

Na estação ferroviária, cruzámo-nos com um comboio a carvão que me pareceu servir para passeios turísticos. 


 Tiradentes

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