Viagem pelo sudeste de Minas Gerais; o nosso destino é Ouro Preto.
O carro rola ao compasso de música para encher as paisagens que, mal se começa a subir em direcção a Petrópolis, deixa a planície com cumes ao fundo para se compor de maciços que por aqui e ali, abrindo grandes vales verdes de mata e decorados pelo castanho férreo da rocha crua dos enormes blocos de rocha que se deixam ver abruptos a dar corpo a cumes repentinamente muito elevados.
Deep Purple in concert, há quantos anos não ouvia estes sons.
Fico com a ideia que ao escalarmos as serras que fazem a fronteira entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, estamos no planalto central brasileiro em que provavelmente assentará todo este território que me parece estar a muitas centenas de metros acima do nível médio das águas do mar.
Pelo menos nesta região sudeste, Minas Gerais tem um aspecto montanhoso. O horizonte recorta-se de corcundas mais ou menos altas e imponentes que não se fizeram rogadas para formarem serranias também elas, ora aqui de pequeno, ora ali de grande porte.
Como somos muitos, viajamos em carros separados.
Sigo com o Luís no van que transporta as bagagens e os demais no automóvel que alugámos quando aqui chegámos.
Segundo a mãe, as minhas filhas estiveram sossegadas e participaram nas conversas de circunstância.
Mas infelizmente o Quim não registou o trajecto com a sua câmara digital.
Desvio para Tiradentes, uma surpresa deliciosa que justifica plenamente os mais de cem quilómetros que a tanto obriga.
Uma pequena localidade cheia de interesse histórico na rota das cidades do ouro que inicialmente terminava em Parati.
O núcleo urbano antigo faz-se de casas tradicionais bem preservadas nos seus aspectos e pinturas que dão colorido à praça e às ruas que daí partem até à igreja barroca que se ergue num dos limites do povoado; imaginamos os carros de bois com rodas de madeira sobre estes pavimentos de calhau grandes e arredondados, ou lajes calcárias multiformes e atapetadas em desalinho.
À entrada, a placa toponímica tem o símbolo de uma estância termal. As pequenas carroças puxadas por potros que se alinham, à direita, na praça principal, oferecem uma visita pelos pontos de interesse e os pisos térreos abrem portas a restaurantes e bares e às muitas casinhas de venda do mais variado artesanato que vai das simples bugigangas ao mobiliário, passando pela pintura e as tapeçarias e demais artes têxteis.
Na estação ferroviária, cruzámo-nos com um comboio a carvão que me pareceu servir para passeios turísticos.
Tiradentes
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