Circle of Children, Albery, 1999 Óleo sobre Tela, 76x76cm |
IRMÃOS
Eram muitos.
Ao todo seriam treze, não fosse os que estavam para nascer…
Havia neles uma determinação que travava convicções e colocava palavras por dizer na perplexidade dos que com eles se cruzavam.
Eram muitos e traziam uma quietude absurda que se instalava devagar.
As miúdas mais velhas sorriam, silenciosas. Colocavam as mãos sobre as cabeças dos mais novos e entretinham-lhes a idade. A leveza dos gestos sobrava ao sossego imediato e todos sorriam.
Agora eram treze.
Em breve seriam quinze. Manuela estava grávida de novo. Gémeos.
Naquele dia, estavam apenas oito, com o pai.
«Hoje não conseguimos despachar-nos todos…»
Uma mulher desconhecida notou, baixinho: «Esta gente não tem juízo. Hoje em dia? Não se justifica. Não pensam na vida, coitados!»
As miúdas mais velhas apenas disseram, sorrindo:
- Qual de nós deixarias por existir?
E a mulher, desconhecida, compreendeu. Tranquilamente.
Eram muitos.
Ao todo seriam treze, não fosse os que estavam para nascer…
Havia neles uma determinação que travava convicções e colocava palavras por dizer na perplexidade dos que com eles se cruzavam.
Eram muitos e traziam uma quietude absurda que se instalava devagar.
As miúdas mais velhas sorriam, silenciosas. Colocavam as mãos sobre as cabeças dos mais novos e entretinham-lhes a idade. A leveza dos gestos sobrava ao sossego imediato e todos sorriam.
Agora eram treze.
Em breve seriam quinze. Manuela estava grávida de novo. Gémeos.
Naquele dia, estavam apenas oito, com o pai.
«Hoje não conseguimos despachar-nos todos…»
Uma mulher desconhecida notou, baixinho: «Esta gente não tem juízo. Hoje em dia? Não se justifica. Não pensam na vida, coitados!»
As miúdas mais velhas apenas disseram, sorrindo:
- Qual de nós deixarias por existir?
E a mulher, desconhecida, compreendeu. Tranquilamente.
Maria Teresa Bondoso
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