PARABÉNS, MARGARIDA!
Há dez anos atrás, a esta mesma hora, muito provavelmente estaria a esta mesma secretária a escrever um outro diário, o primeiro de todos, pois tinha acabado de chegar a casa depois da visita do fim da tarde às minhas duas paixões.
Não mais esquecerei o ar fresco da madrugada desse dia, por entre o qual eu tive a sensação de planar quando descia a calçada que rodeia o edifício do Hotel Sheraton em busca de um táxi.
Passava das seis quando cheguei a casa e por via de um impulso irresistível me sentei para descrever esses momentos extraordinários que acabara de viver.
Sem o saber, iniciei aí o primeiro diário da Margarida.
Pois foi assim hoje um dia festivo, o décimo aniversário do piolhinho adorado que teve festa na sala de aula para a qual convidou a Beatriz e a Matilde que lhe ofereceu uma moldura de cartão feita por ela, onde colocou uma fotografia de cada uma delas.
“-Ó pai, dás-me uma sugestão para eu fazer uma prenda para a Margarida?” –Perguntou-me a Matilde na noite de sexta.
Mas foi ela quem acabou por imaginar e realizar a oferenda.
E eu embevecido, ao vê-la toda concentrada na execução do seu plano.
“-Parabéns, piolhinho!”
E depois do jantar cantámos o feliz aniversário em torno de um bolo que a Dona Rosário decidiu oferecer.
Hoje foi um dia completo com fichas e jogos com palavras e as respectivas sílabas componentes.
E no que resta da noite, vou perder-me em delícias que não desvendo.
Alhos Vedros
02/02/2004
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