terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

O DIÁRIO DA MATILDE - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Infelizmente, este diário tem sido marcado pelo negrume dos tempos que correm.

Eu bem tenho tentado evitar que a guerra mundial que, desde o onze de Setembro de dois mil e um, a Al-Qaeda e afins têm feito ao mundo ocidental ocupe o centro do discurso mas ele aí está omnipresente e capaz de influenciar a estabilidade planetária.

Se o segundo e o terceiro foram os do pessimismo crescente quanto ao ascendente de poderes esconsos e mafiosos sobre o estado português e o sistema partidário que lhe comanda os destinos e prerrogativas, culminando, precisamente, naquele dia infame em que o inferno se abateu sobre Nova York e Washington, este tem sido o da verificação de que os meus piores receios se confirmaram a nível interno e o da narrativa destes tempos sombrios no plano internacional.


Mas o terror mata e obriga-nos a pensar nele, mesmo contra a nossa vontade.


Só lamento que neste lado do mundo haja tanta dificuldade em perceber que a Al-Qaeda é uma organização capaz de impor pesadas derrotas às populações dos países que considera os inimigos e suficientemente inserida no mundo contemporâneo para, por um lado saber explorar as fraquezas das sociedades abertas, com as suas opiniões públicas sensíveis à paz e os seus políticos em tantos casos pouco corajosos e apensos ao poder e, por outro lado e simultaneamente, preparada para espoletar simpatias entre muçulmanos para as causas e princípios que defende, mais, que procura ganhar militantes ou simpatizantes, o que não é o caso mais grave pois os recrutamentos serão necessariamente selectivos e cirúrgicos, ou ainda ganhar o poder onde quer que seja, se bem que tenha experiência de guerra em defesa de um território, o Afeganistão e tenha sido mesmo a partir dessa situação que tenha sido fundada.

Tenho a impressão que a maior parte das pessoas, mesmo pretensos peritos na matéria, não têm a noção sobre com quem estão a lidar.



Hoje os alunos fizeram contas e exercícios com palavras em que experimentaram o som lh. E lá veio o lha, lhe, lhi, lho, lhu.



E eu mal tive tempo para almoçar.


Alhos Vedros
 16/03/2004

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