terça-feira, 12 de março de 2019

O DIÁRIO DA MATILDE - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

É uma vergonha o que se está a passar em torno do processo apito dourado que já levou à detenção de uma série de pessoas ligadas ao universo futebolístico e à autarquia de Gondomar e que em função disso vieram a ser constituídos arguidos num processo de investigação para se ver se há ou não motivos para acusação e posterior apresentação a julgamento. 

Pois não foram demitidos dois agentes responsáveis por aquela investigação policial? 
Bem, deve haver algo aqui que me escapa. 


Ou será que eu tinha razão desde o início e bastou que o nome de Pinto da Costa viesse à baila para que tudo fique condenado às águas de bacalhau? 

A palhaçada que ontem à noite se viu na televisão nada mais foi que uma operação de lavagem e promoção de imagem. 

E se alguma coisa todo este sórdido caso tem deixado a nu é a promiscuidade existente entre os patrões da bola e os homens do poder político e jurídico e ainda como é que os primeiros conseguem criar as teias que ao mesmo tempo criam um mundo à parte com lógica e regras próprias e o protegem perante a justiça civil sempre que os seus interesses esconsos se sobrepõem ao bem comum ou ultrapassam o que as leis permitem. 

A verdade é que o novo comandante da judiciária do Porto demitiu aqueles investigadores com um currículo exemplar no combate ao crime e como se isso, só por si, não fosse de bradar aos céus, ainda se deu ao despudor de vir criticar publicamente aqueles profissionais que, a todos os títulos, seriam merecedores tão só de palavras de elogio e agradecimento. 

Pois é esta a expressão do estado a que se chegou no reino do homo maniatábilis. 



E logo hoje em que a democracia e todos os democratas ficaram de luto pela morte repentina e inesperada do Professor Sousa Franco, o cabeça de lista do PS para as europeias que, depois de cumprida uma visita de campanha à lota de Matosinhos, já no hotel, se sentiu mal e veio a morrer de paragem cardio-respiratória a caminho do hospital. 

O Professor Sousa Franco era um democrata e foi um bom Presidente do Tribunal de Contas e liderou a pasta das finanças com seriedade e competência. Era um homem de cultura e de espírito livre e sincero, com um raro entendimento dos deveres cívicos o que o levou a passar pelas lutas políticas com um sentido de serviço democrático e patriótico. 

Nestes tempos de homens sem espinha que nos governam, a democracia ficou mais pobre. 



Hoje houve uma aula de Matemática, disse a Matilde à mãe. 



E ontem esqueci-me de registar a passagem de Vénus diante do Sol, fenómeno que só acontece de cento e muitos em outros tantos anos. 

Segundo a Luísa que usou as lentes especiais, via-se o Sol amarelado e uma bolinha preta sobressaindo, pela pequenez, na enorme esfera luminosa. 



Há luz no túnel para o Iraque? 
A ONU aprovou uma nova resolução que legaliza a nova situação e reconhece o governo saído do processo que até aqui os aliados, a muito custo e contra inúmeros inimigos, apesar de tudo têm conseguido. 
Vamos ver o que isto dá. 



Uf! Amanhã é feriado. 
Estou mesmo a precisar de um dia de descanso. 


 Alhos Vedros 
  09/06/2004

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