É uma vergonha o que se está a passar em torno do processo apito dourado que já levou à detenção de uma série de pessoas ligadas ao universo futebolístico e à autarquia de Gondomar e que em função disso vieram a ser constituídos arguidos num processo de investigação para se ver se há ou não motivos para acusação e posterior apresentação a julgamento.
Pois não foram demitidos dois agentes responsáveis por aquela investigação policial?
Bem, deve haver algo aqui que me escapa.
Ou será que eu tinha razão desde o início e bastou que o nome de Pinto da Costa viesse à baila para que tudo fique condenado às águas de bacalhau?
A palhaçada que ontem à noite se viu na televisão nada mais foi que uma operação de lavagem e promoção de imagem.
E se alguma coisa todo este sórdido caso tem deixado a nu é a promiscuidade existente entre os patrões da bola e os homens do poder político e jurídico e ainda como é que os primeiros conseguem criar as teias que ao mesmo tempo criam um mundo à parte com lógica e regras próprias e o protegem perante a justiça civil sempre que os seus interesses esconsos se sobrepõem ao bem comum ou ultrapassam o que as leis permitem.
A verdade é que o novo comandante da judiciária do Porto demitiu aqueles investigadores com um currículo exemplar no combate ao crime e como se isso, só por si, não fosse de bradar aos céus, ainda se deu ao despudor de vir criticar publicamente aqueles profissionais que, a todos os títulos, seriam merecedores tão só de palavras de elogio e agradecimento.
Pois é esta a expressão do estado a que se chegou no reino do homo maniatábilis.
E logo hoje em que a democracia e todos os democratas ficaram de luto pela morte repentina e inesperada do Professor Sousa Franco, o cabeça de lista do PS para as europeias que, depois de cumprida uma visita de campanha à lota de Matosinhos, já no hotel, se sentiu mal e veio a morrer de paragem cardio-respiratória a caminho do hospital.
O Professor Sousa Franco era um democrata e foi um bom Presidente do Tribunal de Contas e liderou a pasta das finanças com seriedade e competência. Era um homem de cultura e de espírito livre e sincero, com um raro entendimento dos deveres cívicos o que o levou a passar pelas lutas políticas com um sentido de serviço democrático e patriótico.
Nestes tempos de homens sem espinha que nos governam, a democracia ficou mais pobre.
Hoje houve uma aula de Matemática, disse a Matilde à mãe.
E ontem esqueci-me de registar a passagem de Vénus diante do Sol, fenómeno que só acontece de cento e muitos em outros tantos anos.
Segundo a Luísa que usou as lentes especiais, via-se o Sol amarelado e uma bolinha preta sobressaindo, pela pequenez, na enorme esfera luminosa.
Há luz no túnel para o Iraque?
A ONU aprovou uma nova resolução que legaliza a nova situação e reconhece o governo saído do processo que até aqui os aliados, a muito custo e contra inúmeros inimigos, apesar de tudo têm conseguido.
Vamos ver o que isto dá.
Uf! Amanhã é feriado.
Estou mesmo a precisar de um dia de descanso.
Alhos Vedros
09/06/2004
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