“Refugiado Debaixo De Pontes Vãs Como Um Incipiente Indigente Astral”
Armadilho as esquinas e os cantos à casa
Chovam picaretas e eu serei a desviar-me delas
Caiam canivetes e arrecadarei cada um deles na bolsa
Leio de viés mensagens semi encriptadas
Refugio-me debaixo duma ponte cheia de indigentes
Incipiente é a minha superficial visão do vastíssimo Interior
Afinal quem é o Deus que se diz sêr e me segue
Calcorreio as páginas de livros inteiros e aqueles sacros
Perfilo-me pelos que me antecederam junto ao muro mental
Vivo encrustado em limites circunstanciais
Procuro no fundo do bolso as cruzes quase todas
Dou a volta ao texto e a uma boa parte da cabeça zonzo
Como insipidamente com as mãos e o largo desejo
Entrego emendas feitas e ementas diárias a curiosos
Sujo a imaculada paisagem com um olhar deveras poluto
Pedalo uma bicicleta transformada em triciclo fixo
Fragilizo-me a arrancar penas de galinha a um pavão
Comporto-me que nem uma besta de nome impronunciável
Abano perigosamente o capacete de aço
Espreito por um caniço fino furado para Saturno
Relincho a bom som que nem um Pégaso armado em Condôr…
Sonambulizado meto-me por atalhos labirínticos até que ultrapasse a fase lunar…
Escrito em Luanda, Angola, por Manuel (D’Angola) de Sousa, a 16 de Setembro de 2019, em Homenagem à minha Mãe e todas as Mães Humanas e da Natureza e a todas aquelas que, eventualmente, existam na imensidão do Cosmos Material e Psíquico, deste nosso tao incomensurável Universo e outros que, quiçá, existam paralelos ao nosso e em outras dimensões, sejam elas do Pensamento ou em um plano Físico qualquer diferenciado…
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