quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Manuel (D'Angola) de Sousa: Um Poema


“Na Ponta De Um Pincel Feito De Silábicas Palavras E De Fonéticas Existências”

Partilho tudo com a Humanidade e até a Alma
Ao primeiro sopro Divino levanto do pó e do barro
A primeira coisa que faço é ir à fonte Cósmica beber água

Personalizo-me no interior da matéria rígida
Formato a personalidade identificativa e assumo
Alguém me baptiza à força e chama-me nomes à parte

Ainda grito e choro pela primeira vez reclamando
Chamo pelos três Anjos da Criação sem me lembrar deles
Esqueço como se chamam e no que acabaram por me transformar

Sinto-me como que um menino do coro e do Paraíso
Alimentam-me de papas de trigo e cevada de bibe enfiado
Sou mimado por todos e ainda pela Babá e pelo Jardim de Infância

Há quem me trate por bebé do princípio ao fim
Vivo com o pêso das sucessivas fraldas e suas memórias
Convencem-me um dia a sentar no penico das necessidades

Jogo ao berlinde pela primeira vez num campo
Deixo de suportar o cheiro da cebola e do leite de vaca
Dou meus primeiros passos e fonetizo as primeiras silabas

Percorro a calçada decorada aos saltos e ao pé-coxinho
Marco passo a disparar setas num longo arco em marcha lenta
Não me recordo mais onde está a meta ou o objectivo traçado a pincel…

Reencarno em mil e um corpos astrais pelo Universo e ando nas calmas pela Existência…

Escrito por Manuel (D’Angola) de Sousa, em Luanda, Angola, a 25 de Setembro de 2019, em Homenagem a todos os Seres que Pronunciaram o Verbo e o Sentido Fonético do Aventureiro Desejo Divino, ao longo de toda a Existência e de Suas Omnipresença e Omnisciente Manifestação ao longo de todo o Universo Cósmico, desde os mais recônditos e infinitos quadrantes aos mais próximos, e tanto aos níveis imaginário e abstracto, como nos âmbito real e concreto da Realidade e em todos os seus planos invisíveis e visíveis…

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