Uma Revista que se pretende livre, tendo até a liberdade de o não ser. Livre na divisa, imprevisível na senha. Este "Estudo Geral", também virado à participação local, lembra a fundação do "Estudo Geral" em Portugal, lá longe no ido século XIII, por D. Dinis, "o plantador das naus a haver", como lhe chama Fernando Pessoa em "Mensagem". Coordenação de Edição: Luís Santos.
terça-feira, 15 de setembro de 2020
terça-feira, 8 de setembro de 2020
A Religião na Grécia Antiga
Com a chegada ao fim do doutoramento, a especialização obtida nos estudos sobre as civilizações clássicas contribuiu para que Agostinho da Silva publicasse vários textos, entre eles, “Um Breve Ensaio sobre Pérsio”, em 1929, e “A Religião Grega”, em 1930, onde reflete sobre o pensamento religioso grego e latino.
Neste estudo sobre “Pérsio”, o que se releva é como o choque
entre diferentes culturas e religiões como a romana e a grega, ambas
aglutinadas pelo vasto Império, põem na sua pena uma valorização da cultura
grega face à cultura romana. Se militarmente os gregos foram assimilados pelos
romanos, de certa forma, os romanos foram conquistados pelas ideias gregas,
sobretudo por particularidades ligadas ao seu pensamento religioso, mas também
como consequência do avanço que a filosofia e a ciência tiveram na cultura
helénica.
O antropomorfismo divino ligado a uma existência em que
deuses e homens se misturam, e onde se exaltam as paixões humanas, é uma das
características da religião grega. Ao poder do amor entre Zeus e Afrodite, o
deus supremo que é a terra e o céu, e todas as coisas, e o que há acima de todas
as coisas, e a deusa suprema que é o expoente máximo da beleza, da graça, da
elegância feminina e promove a incessante renovação do mundo, vêm juntar-se uma
infinidade de deuses e deusas que constituem o panteão grego.
O que Platão buscava no Mundo das Ideias, o ideal de Beleza
e de Bem, a defesa da imortalidade da alma, a perfeição do funcionamento da
Cidade são conceitos que bem retratam o apogeu da civilização grega por volta
do séc. V a.C.
Cumprindo as linhas da arte grega, cada templo é ao mesmo
tempo um lugar de Amor e de Beleza. Arte e teologia de mãos dadas.
Na Grécia Antiga, o culto das divindades era igualmente
feito pela coletividade inteira por meio das grandes festas e jogos, onde artes
e competições desportivas serviam para um aperfeiçoamento de técnicas do corpo
e da alma que propiciavam uma aproximação à glória divina. Os jogos na cidade de
Olímpia (o início dos Jogos Olímpicos da nossa era) que reuniam todos os
gregos, ou as tragédias Dionisíacas, festividades de âmbito mais local, são
disso bons exemplos.
É fundamental que se estabeleça contacto com os deuses. Só
através deles, com a sua capacidade de determinar o futuro, é possível ter uma
vida clarividente que seja capaz de contornar a dor e trazer alegria à vida.
O contacto com os deuses é possível fazer através da
adivinhação ou da profecia. É através destes processos que os deuses podem
comunicar aos homens a sua vontade, ou determinarem as ações que devem ser
feitas. Conforme a capacidade de respeito da vontade dos deuses, assim a vida
será mais ou menos feliz.
Por isso, a consulta dos oráculos tem uma importância
fundamental na vida dos gregos. A determinação do oráculo é auscultada sobre os
mais variados motivos, desde problemas mais pessoais às grandes causas de
Estado, desde um problema de saúde até à declaração de guerra a outra cidade, a
outro povo.
Para que os homens pelo ritual pudessem contactar com as
divindades haviam de ter a sua alma pura, isenta de errados comportamentos. Só
através da purificação da alma, ou seja, de uma alma que irradia pura beleza é
que os homens podem contactar e aceder aos favores dos deuses. E, no fundo, em
que consistia esse ritual de purificação transmitido pelos próprios deuses:
amor de deuses e amor aos homens. Seria respeitando simultaneamente a vida
sagrada e a vida da Cidade que uma vida plena se cumpriria.
Os grandes mistérios de Elêusis, o mais elevado ato
espiritual que se realizava na Grécia Antiga, um culto de iniciação às deusas
ctonianas Deméter ou Perséfone, ou a Dioniso, para iniciação aos mistérios de
Orfeu, possibilitavam o conhecimento da Vida para além da vida.
(Cf., SANTOS, Luís Carlos dos, Agostinho da Silva:
Filosofia e Espiritualidade, Educação e Pedagogia, Euedito, pp.23-30)
segunda-feira, 27 de julho de 2020
REAL... IRREAL... SURREAL... (406)
segunda-feira, 20 de julho de 2020
REAL... IRREAL... SURREAL... (405)
segunda-feira, 13 de julho de 2020
REAL... IRREAL... SURREAL... (404)
Nu Assis sur un Divan, Amedeo Modigliani, 1917
Óleo sobre Tela, 100 x 65 cm
Nascimento a 12 de Julho de 1884, Livorno, Toscana, Reino da ItáliaMorte 24 de Janeiro de 1920, em Paris, França
Amedeo Modigliani foi um pintor e escultor italiano, que viveu parte significativa de sua vida adulta radicado em Paris. Artista principalmente figurativo, tornou-se célebre sobretudo por seus retratos femininos caracterizados por rostos e pescoços alongados, à maneira das máscaras africanas.
A vida de Amedeo Modigliani foi curta e trágica. Estimulado intelectualmente na casa dos pais, em Livorno, mudou-se para Paris, onde viveu em completa pobreza, mergulhado na bebida, nas drogas e numa sucessão de amantes. Ao fixar-se em Montmartre, em 1906, Modigliani não trava relações com os principais artistas que ali viviam, nem mesmo com Picasso, que já se tornara famoso. A companhia frequente de Modigliani, nessa fase, é Maurice Utrillo, que o inicia no hábito das bebidas e drogas, que lhe arruinariam a saúde. Nos últimos anos da vida, pinta quase só retratos e nus femininos. A sensualidade de suas figuras não está em seus corpos, mas no movimento e alongamento que o pintor lhes dá. Apesar de pintor e escultor extremamente talentoso, Modigliani vendeu poucas obras enquanto vivo.
A pobreza e a boémia debilitaram-lhe ainda mais a saúde. Casou-se com uma pintora de 17 anos, Jeanne Hebuterne, que, grávida, se matou no dia em que Modigliani foi enterrado.
Selecção de António Tapadinhas
sábado, 11 de julho de 2020
A Poesia de Manuel (D'Angola) de Sousa
terça-feira, 7 de julho de 2020
QUANDO PORTUGAL DEU O SALTO PARA O MUNDO
Luís Santos
Assim, entre 1415 e 1515(!), os episódios que se podem relacionar entre a região e a Expansão Ultramarina são de facto impressionantes. Mas há mais...
segunda-feira, 6 de julho de 2020
REAL... IRREAL... SURREAL... (403)
Morte 6 de Agosto de 1660, Madrid, Espanha
Diego Velásquez foi um pintor espanhol, um dos maiores nomes do Barroco europeu. Foi o pintor da corte de Felipe IV da Espanha.
Diego Rodriguez de Silva Velázquez nasceu em Sevilha, Espanha, no dia 6 de Junho de 1599. Em 1611 iniciou um aprendizado no atelier de Francisco Pacheco que se prolongou por seis anos. Em 1617 obteve a licença de pintor. Em 1618 casa-se com Joana, filha de Francisco Pacheco.
Ainda adolescente, pintou algumas obras religiosas, entre elas: “Jesus em casa de Marta e Maria” (1618), Imaculada Conceição (1619) e Adoração dos Magos (1619), obras de um realismo incomum e com belos efeitos de claro e escuro.
Em Janeiro de 1650 é admitido na Academia de San Luca. Em Março, expõe no Pantheon o “Retrato de Juan de Pareja”. Em Julho, pinta o Retrato de Inocêncio X.
O quadro de Diego Velázquez, Papa Inocêncio X (1650) encontra‑se em Roma na Galeria Doria Pamphigli. É uma pintura ao estilo realista representando um Papa fulgente, radioso, magnífico, seguro, em suma simbolizando a robustez de um dos pilares fundamentais da cultura e civilização ocidentais. Quando o Papa viu pela primeira vez o quadro pintado por Velasquez terá exclamado “Troppo vero!”.
Trezentos anos depois Francis Bacon viu‑o em reprodução e reuniu depois uma vasta coleção de reproduções, através das quais veio a estudar e a conhecer profundamente o quadro. Teve o cuidado de nunca o ver ao vivo e mesmo quando esteve em Roma evitou a todo o custo o encontro. Entre 1951 e 1965 pintou 45 estudos, variações, reações ao quadro de Velázquez, sentindo sempre uma fortíssima obsessão por ele.
À semelhança de muitos outros artistas do pós‑II Guerra Mundial tentou reproduzir o clima de terror absoluto e descrença na cultura, expressando o que aconteceu à humanidade finda a Guerra e o Holocausto nazi: a destruição geral, a morte, o flagelo, o holocausto nuclear, a despersonalização do homem que se converte em cadáver atirado para valas comuns, seres asfixiados, queimados e atirados fora como lixo, o desespero mudo dos rostos de bocas abertas, incapazes de produzir qualquer som…
in Revista Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica, 2016 7(1): 45-53
Selecção de António Tapadinhas
sábado, 4 de julho de 2020
José Gil
ágil, claro e incisivo no teu corpo
a saudade íntima e a esperança alargada
o teu ritmo vegetal em finos raios de luz
um íntimo esboço nas ondas
para libertar os tons amarelos
nos trilhos das pernas doces
os dias ondas para continuar nelas
na delicadeza da música dos
dedos e das cerejas secas de mel
de palmela
Do Castelo avisto a aguarela das cores
e a música das flautas
flor seca de tília na sola dos pés e no
chá
resiliência
sensual
fruição
Jose Gil
versão de 1-7-2020
09:37h
quarta-feira, 1 de julho de 2020
EG#124
segunda-feira, 29 de junho de 2020
REAL... IRREAL... SURREAL... (402)
Nascimento a 29 de Junho de 1900, em Lyon, França
Morte a 31 de Julho de 1944, local incerto ao largo de Marselha
Antoine de Saint Exupéry foi um escritor, ilustrador e piloto francês, autor de um clássico da literatura, “O Pequeno Príncipe”, escrito em 1943.
Era o terceiro filho do conde Saint-Exupéry e da condessa Marie Fascolombe, família aristocrática empobrecida. Estudou no colégio jesuíta Notre Dame de Saint Croix e no colégio dos Marianistas, em Friburgo, na Suíça.
Em 1921 ingressou no serviço militar, no Regimento de Aviação de Estrasburgo. Tornou-se piloto civil e subtenente da reserva. Em 1926 foi admitido na Aéropostale, onde começou sua carreira de piloto de linha, voando entre Toulouse, Casablanca e Dacar.
Com a invasão dos nazis em França, Exupéry fugiu para os Estados Unidos. Nesse período, escreveu "Carta a Um Refém" e incentivado por editores americanos, que viram sua habilidade como desenhista amador, foi desafiado a fazer uma obra para crianças. Até ali, seus livros falavam de sua paixão profissional: a aviação.
Em 1943, Antoine de Saint-Exupéry voltou para a força aérea no Norte de África e tal como o Pequeno Príncipe no final do livro, Saint-Exupéry parece ter apenas desaparecido da terra, abatido por um caça alemão durante uma missão de reconhecimento, no dia 31 de Julho de 1944,.
Seu corpo nunca foi encontrado. Em 2004, foram descobertos os destroços do avião que pilotava, a poucos quilômetros da costa de Marselha, em França.
Selecção de António Tapadinhas
segunda-feira, 22 de junho de 2020
REAL... IRREAL... SURREAL... (401)
sábado, 20 de junho de 2020
sexta-feira, 19 de junho de 2020
Pedro Du Bois, Poemas
APRENDENDO A VOLTAR