quinta-feira, 9 de abril de 2020

VI. Da Crucifixação da Primavera (cont.)


2º andamento - uma valsa redonda

Contam-se por poucos dedos da mão
os ténues momentos em que os pés
se aqueceram quando o céu se abriu
em tempo a valer que Deu para ver
paraíso de budas, quinta dos Lóridos

logo a seguir outra vez o breu que deu
das lembranças de um céu que pesa
sobre as cabeças do ignorado amor
da dor, do sofrimento que se paga
do regresso da dívida da má ação

da roda da vida infinita que não pára
do paraíso dos maus sinais habituais
na rede social da impura banalidade
e da perca da sacralidade dos tempos
de uma áurea idade que tão tarda

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