Nós, Cidadãos Lusófonos, estamos fartos:
- estamos fartos de grandes proclamações retóricas, sem
qualquer atitude consequente.
- estamos fartos de ouvir que “a nossa pátria é a língua
portuguesa”, sem que isso tenha depois qualquer resultado.
- estamos fartos de escutar que a convergência lusófona é
o nosso grande desígnio estratégico, sem que depois se dêem passos concretos
nesse sentido.
Nós, Cidadãos Lusófonos, sabemos bem que a CPLP só faz o
que os Governos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa a deixam fazer e,
por isso, responsabilizamos sobretudo os Governos da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa pela inoperância da CPLP, 15 anos após a criação. Muitos
desses Governos parecem continuar a considerar que a CPLP só serve para
promover sessões de poesia – nada contra: sempre houve na nossa língua
excelente poetas. Mas a CPLP tem que agir muito mais – não só no plano
cultural, mas também no plano social, económico e político.
A situação a que chegou a Guiné-Bissau é um dos exemplos
maiores dessa inoperância. Como o MIL há vários anos alertou, teria sido
necessário que a CPLP se tivesse envolvido de modo muito mais firme, para além
das regulares proclamações grandiloquentes em prol da paz, proclamações tão
grandiloquentes quanto inócuas. Como sempre defendemos, exigia-se a constituição
de uma FORÇA LUSÓFONA DE MANUTENÇÃO DE PAZ para realmente pacificar a
Guiné-Bissau e defender o povo irmão guineense dos desmandos irresponsáveis e
criminosos de muitas das suas autoridades políticas e militares.
Dada a situação extrema a que se chegou, só agora a CPLP
parece acordar, ao propor “uma força de interposição para a Guiné-Bissau, com
mandato definido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, em articulação
com a CEDEAO – Comunidade Económica dos Países de África Ocidental, a União
Africana e a União Europeia”, bem como a “aplicação de sanções
individualizadas” aos militares envolvidos neste último golpe militar –
nomeadamente, a “proibição de viagens, congelamento de bens e responsabilização
criminal”.
Obviamente, nós, Cidadãos Lusófonas, concordamos com
essas propostas.
Apenas esperamos que não cheguem demasiado tarde. E,
sobretudo, que não fiquem por aí. O apoio à Guiné-Bissau terá que se estender
aos mais diversos planos – desde logo, ao da Educação, da Saúde e da Economia.
É mais do que tempo que o povo martirizado da Guiné-Bissau possa viver em paz,
com acesso à Educação e à Saúde e com uma Economia que lhe permita viver
dignamente.
Nós, Cidadãos Lusófonos, exigimos isso. E por isso
exortamos a CPLP a dar, finalmente, passos concretos nesse sentido.
Subscreva e Divulgue aos seus contactos!!
MIL: Movimento Internacional Lusófono
www.movimentolusofono.org