“De
Pés E Alma Atados Às Paredes Da Realidade”
Os
pés e as mãos de meu coração estão atados
Desejo
liberdade de emoção para minha imaginação
Deixem-me
fugir daqui do presente para depois
Levem-me
a sério mesmo que me vejam a rir
Abro
o peito ao mau tempo e à bonança porvir
Permito
que me entrem nos ouvidos estranhos zumbidos
Lambo
dôces memórias que não me saem fácil da cabeça
Ando
à roda de um relógio cuco que toca só à meia-noite
Penso
não estar tão varrido de doido como sentiria estar
Vou
bem de saúde mental e com esperanças renovadas
Tenho
a fé mesmo a ferver à flôr da pele aquecida ao Sol
Enterro
a calma num buraco de fechadura sem chave
Amarro
a consciência ao lado mais obscuro da Lua nova
Vejo
que estou sozinho no meio de tanta gente solitária
Procuro
sombra no seio de algumas sombras perdidas
Olho
sem crença para a floresta de olhares cegos
Persigo
um ponto de vista apagado pela ambição
Choro
de encontro a uma parede que vibra insegura
Lavo
com as lágrimas o corpo vestido às pressas
Molho
de remorso a parte virada para o interior
...E
assim fico à espera que me salvem do juízo final!...
Escrito
em Luanda, Angola, por manuel de sousa, a 22 de Setembro de 2012, em Memória às
Vítimas do 11 de Setembro, em Nova Iorque...e pela Liberdade de Expressão e
Pensamento no seio da Humanidade Consciente...
1 comentário:
Caro Manuel de Sousa,
faz já tempo que me é dado o privilégio de o poder ler, facto que realizo sempre com prazer.
Antes de qualquer apreciação de caracter literário - para o qual não é líquido que esteja ou me sinta habilitado - devo dizer-lhe que é sempre uma revelação e um enorme prazer.
Invariavelmente sinto - para quê omitir? - estar na presença de uma alma grande que, mesmo quando desiludida, ferida? ressoma tranquilidade e um optimismo que deriva da vontade de prosseguir o seu caminho do bem.
São-nos necessárias almas como a sua.
Obrigado por isso e pelo privilégio que me é concedido de o poder ler.
Bem haja.
Um abraço.
Manuel João Croca
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