por Maurícia Teles da Silva
Presidente da Associação Agostinho da Silva
A ideia de liberdade é transversal
à vida e obra de Agostinho da Silva, que foi em si mesmo, em pensamento e
acção, o paradigma de ser libertário no sentido de que o homem se soltasse de
todas as cadeias que o oprimem interior e exteriormente. “Tudo o que limite a
liberdade é desordem, não ordem”- escreveu no seu Caderno
de Lembranças.
São as suas palavras que melhor
evocam o exemplo a seguir: “É certamente admirável o homem que se opõe a todas
as espécies de opressão, [...] os espíritos nasceram para ser
livres e a liberdade se confunde, na sua forma mais perfeita, com a razão e a
justiça, com o bem” (Considerações, 1ªed.,1944). O perfil traçado para Temístio, pode caracterizar perfeitamente a sua própria índole –
“um esforço de indivíduo que reconheceu o caminho a seguir e que
deliberadamente por ele marcha sem que o esmoreçam obstáculos ou o intimide a
ameaça”.
Agostinho da Silva, pelo pensamento
e acção, sempre recusou tudo aquilo que acorrenta o indivíduo e o torna egoísta,
teve como objectivo a livre procura do verdadeiro, na superação do supérfluo.
"A primeira condição para libertar os outros é libertar-se a si próprio" (Considerações e outros textos, Lisboa, Assírio e Alvim, 1989, p.62). Esta foi a acção que empreendeu, preconizando um novo tempo em que "o voto fundamental da pessoa deve ser, de facto, o voto à liberdade", bem o concretizou nas múltiplas circunstâncias da vida. (...)
(in, folhas à solta, boletim da Associação Agostinho da Silva, Jan./Fev 2015, Nº 58)
Nota: Hoje, dia 13 de Fevereiro, assinalam-se os 109 anos do nascimento de Agostinho da Silva
2 comentários:
Pequena grande súmula.
Muito boa.
Manuel João Croca
Pequeno(s) grande(s) apontamento(s).
Muito bom.
Manuel João Croca
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