sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O Paradigma da Liberdade em Agostinho da Silva


por Maurícia Teles da Silva
Presidente da Associação Agostinho da Silva


A ideia de liberdade é transversal à vida e obra de Agostinho da Silva, que foi em si mesmo, em pensamento e acção, o paradigma de ser libertário no sentido de que o homem se soltasse de todas as cadeias que o oprimem interior e exteriormente. “Tudo o que limite a liberdade é desordem, não ordem”- escreveu no seu Caderno de Lembranças.
São as suas palavras que melhor evocam o exemplo a seguir: “É certamente admirável o homem que se opõe a todas as espécies de opressão, [...] os espíritos nasceram para ser livres e a liberdade se confunde, na sua forma mais perfeita, com a razão e a justiça, com o bem” (Considerações, 1ªed.,1944). O perfil traçado para Temístio, pode caracterizar perfeitamente a sua própria índole – “um esforço de indivíduo que reconheceu o caminho a seguir e que deliberadamente por ele marcha sem que o esmoreçam obstáculos ou o intimide a ameaça”.
Agostinho da Silva, pelo pensamento e acção, sempre recusou tudo aquilo que acorrenta o indivíduo e o torna egoísta, teve como objectivo a livre procura do verdadeiro, na superação do supérfluo.
"A primeira condição para libertar os outros é libertar-se a si próprio" (Considerações e outros textos, Lisboa, Assírio e Alvim, 1989, p.62). Esta foi a acção que empreendeu, preconizando um novo tempo em que "o voto fundamental da pessoa deve ser, de facto, o voto à liberdade", bem o concretizou nas múltiplas circunstâncias da vida. (...)


(in, folhas à solta, boletim da Associação Agostinho da Silva, Jan./Fev 2015, Nº 58)

Nota: Hoje, dia 13 de Fevereiro, assinalam-se os 109 anos do nascimento de Agostinho da Silva

2 comentários:

estudo geral disse...

Pequena grande súmula.
Muito boa.

Manuel João Croca

estudo geral disse...

Pequeno(s) grande(s) apontamento(s).
Muito bom.

Manuel João Croca