O DIA DE SÃO MARTINHO
Luís Fazenda, do Bloco de Esquerda, defende o voto a partir dos dezasseis anos.
Creio que esta ideia peregrina já não é novidade e se não estou em erro, saiu dos socialistas ao tempo de Guterres como primeiro ministro.
Agora é a vez dos do Bloco darem largas provavelmente à sua nostalgia dos tempos em que guardas vermelhos adolescentes foram instrumentos da criação do homem novo.
Voto aos dezasseis anos?
Dar o poder de decisão a quem legalmente ainda permanece no âmbito do trabalho infantil?
Será que esta gente tem algum gosto ou respeito pela democracia? Pergunto-me se alguma vez foram democratas.
Daí esta cínica demagogia que esconde a ansia de poder que pode ser conseguido por via do voto de miúdos em boa idade para que os seus corações sejam incendiados pelas belas palavras.
Ai São Martinho, São Martinho
que te esqueceste das castanhas
mas não do barril de vinho.
Hoje fui com a Margarida a Setúbal para fazer as radiografias por causa da colocação do aparelho nos dentes.
Como eu me senti orgulhoso ao ver a minha filha assinar a ficha e responder às perguntas que a funcionária lhe colocou.
Depois achei por bem ficar na sala de espera enquanto a pequenita fez os exames.
A cidade é que está tão feia.
Como o país se verga à vontade do Presidente do Porto, do clube da bola, é claro.
A nossa classe política – é de uma verdadeira classe que se trata – presta-lhe vassalagem.
Depois do magusto, a Professora da Matilde levou os alunos ao parque.
O meu pardalito ficou encantado.
Alhos Vedros
11/11/2003
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