sábado, 9 de julho de 2016

Poema de José Gil


Calçada Moinho do Vento

a meu amor eterno, Solange,

sorrio de manhã amor com malícia ousada
próximo de onde acordo Travessa Recolhidas
vejo o teu corpo no espelho liso da manhã
escrevo a seiva que sobe da raiz a árvore no
Campo dos Mártires da Pátria

sabes a mar, esta madrugada senti-te  na
chuvinha que caía neste começo de Julho
na calçada do moinho do vento

corpos híbridos em novas performances de
alcatrão quente

vibráteis sequelas na instigação da carne
acção de isolamento de segmentos a dois
relações de género vegetal - a alma activa
massa moldável no centro da cidade-Lisboa,

José Gil
1-7-2016

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