Estudo de Mulher, Rodolpho Amoêdo, 1884
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Ternura
Desvio
dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade! Há restos de ternura pelo meio, como vultos perdidos na cidade onde uma tempestade sobreveio... Começas a vestir-te, lentamente, e é ternura também que vou vestindo, para enfrentar lá fora aquela gente que da nossa ternura anda sorrindo... Mas ninguém sonha a pressa com que nós a despimos assim que estamos sós! David Mourão-Ferreira, in "Infinito Pessoal" Selecção de António Tapadinhas
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