terça-feira, 17 de outubro de 2017

O DIÁRIO DA MATILDE - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

TONTICES

O frio parece ter regressado por uns dias, devemos estar sob o efeito de uma frente fria. 
Hoje o dia esteve húmido; soprou uma aragem do lado do mar e o Sol, sempre que aparecia, apresentava-se coado por um véu nevoento.
O regresso a casa foi a entrada num ambiente acolhedor. 



A política portuguesa faz-se de tontices e ninharias. 
Pedro Santana Lopes, em entrevista ao “Expresso”, no último Sábado, parece ter anunciado a sua vontade e disponibilidade para ser o candidato, pela direita, à presidência da república. 
Como ele chegou à chefia do executivo camarário, em Lisboa, já a mim soa a desconcerto. Mas agora para vir a ser a primeira figura do estado… 
Enfim, o homem tem idade legal e, a este último nível, não consta que sofra de qualquer impedimento. 
Mas fazer disso um problema para o PSD, em particular e a direita em geral? Francamente! 
Os responsáveis deveriam vir a terreno e dizer claramente que a questão é prematura e que a escolha do candidato será feita em devido tempo e pela forma que então se tomar por mais conveniente e que, por ora, não há qualquer apoio ou compromisso com o potencial aspirante. 
Até lá, o actual presidente da câmara de Lisboa estaria por sua conta e risco. 

E enquanto a lana caprina invade os jornais 
os portugueses esquecem os seus problemas reais. 



Hoje os alunos aprenderam o número nove. 



Há um caminho para a paz que se está percorrendo na Índia, em Caxemira. 

As partes em conflito começam a chegar a acordo. Começa a ser possível que a luta política substitua o argumentário das armas. 

A triste ironia é que isto são os tais pretendidos efeitos colaterais pelo impacto que foi o derrube do regime de Saddam Hussein e do Partido Baas, no Iraque, com a sequente ocupação militar daquele território. 
As ondas de choque já provocaram um volte face ao tirano de Trípoli e abalaram os equilíbrios no interior do regime iraniano de modo que este se possa vir a perder para o apoio ao terrorismo. 
Por enquanto, só a Arábia Saudita e a Síria dão mostras de alguma irredutibilidade. 
E já sabemos que a Al-Qaeda jamais se renderá. 

Infelizmente, o embaraço que foi a mentira com que se propagandearam as razões da guerra sobre o Iraque, acusado de possuir um arsenal de armas de destruição maciça, vem agora impedir que os Aliados tirem o máximo partido daquelas evoluções positivas. 

Pessoalmente confesso que tenho vindo a fugir a este assunto, mas penso vir a tratá-lo num destes dias. 



Definitivamente, Tintim é um herói da meninice. 
Os acasos que o salvaram e aos seus amigos perante o chefe dos Incas (1) já não têm a piada nem a emoção daquelas idades calçonares. 



Parece que finalmente adquirirei o “Beat” e o “Discipline”, dos King Crimson. 
Uau! 


 Alhos Vedros 
  17/02/2004 


NOTA 

(1) Hergé, TINTIM E O TEMPLO DO SOL 


CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA 

Hergé, O TEMPLO DO SOL, Público, Lisboa, 2004

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