terça-feira, 24 de outubro de 2017

O DIÁRIO DA MATILDE - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Devo confessar que ontem não fiz gazeta a estas páginas; aconteceu simplesmente que estive ao telefone mais de duas horas e como passava da meia-noite quando desliguei o aparelho, achei por bem que o melhor a fazer seria deitar-me. 
Tenho andado tão cansado. 
Mas escusado será dizer que a conversa foi interessante e agradável. 



O dia escolar foi preenchido com exercícios em torno do número nove e contas. 
Hoje foi um dia leve, mais virado para a preparação do dia de amanhã em que decorrerá o desfile de carnaval. 
E trouxeram trabalhos para casa para esta pequena folga carnavalesca. 
Precisamente de hoje a uma semana regressarão as aulas. 
Até lá, vivam as brincadeiras! 



É uma vergonha que um homem como Pinto da Costa possa fazer comícios em plena entrevista em que, sem que alguém tenha coragem para lhe pôr os dedos no nariz, possa dizer mal de terceiros, levantar suspeições sobre outros e passar ao lado da má gestão de uma empresa desportiva que dá anos sucessivos de prejuízos. 
É neste universo em que melhor se vê o homo maniatábilis. 
Um dos jornalistas até usou os termos do entrevistado fazendo deles elementos do seu próprio discurso. 
A miséria humana no que de mais pungente existe. 



No mesmo dia em que Vale e Azevedo que permanece preso há três anos lá foi libertado por acórdão da relação que emendou o despacho de prisão preventiva emitido por um juiz que, por sua vez, o mandou deter de imediato para o ouvir amanhã de manhã, a propósito do processo que motivou aquela última medida cautelar. 
Este homem foi condenado a quatro anos de prisão por meter ao bolso dinheiro do Benfica. Não bastaria condená-lo a repor a verba? E o mais curioso é que a sentença não o obrigou a isso. 

É a justiça portuguesa com certeza 
é com certeza a justiça portuguesa. 

A sensação com que ficamos é que depois de ter denunciado a corrupção no mundo do futebol, a esta pessoa só restaria este fim pois, a alternativa, provavelmente, daria muito nas vistas. 



A noite está fria 
como o país, onde sopram ventos indizíveis. 


 Alhos Vedros 
  19/02/2004

Sem comentários: