quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Dois Poemas de Manuel (D'Angola) de Sousa

1.

“Entre Tuneis E Furos Dérmicos À Sensibilidade Cerebral Grotesca…”

Esgravato múltiplas dimensões sem nexo
Escavo complexas ocasiões dissimuladas
Espreito em todas as fendas expostas ao ar
Descubro de imediato o que é encoberto
Exponho a nudez linguística a mastigar

Dispenso aplausos sem qualquer fundamento
Deixo-me estar na minha pérfida languidez
Mostro partes carnais aos olhos indiscretos
Leio com a voz exaltada a poesia ida há muito
Uso o lirismo da Idade Média para fins grotescos

Liquefaço a fala para que não soe tão sólida
Atrapalho-me na dicção de palavras difíceis
Arrecado atrás da orelha uma parelha de pulgas
Parto de seguida particularmente desgarrado
Nem se me passa pela cabeça onde ir depois

Levo vã pressa e uma azáfama desmedida
Esqueço que trago comigo a fita métrica
Trepo às paredes tão logo travem a escalada
Subo sei lá para onde e sem nenhuma ideia
Aproveito que seja o destino a levar-me ao colo

Saltito que nem um saltimbanco deveras solto
Salto com milhões de molinhas de isqueiro nos pés
Analiso as plantas em busca de raízes das origens
Prematuramente cavo um buraco na fuselagem
Furo a primeira camada dérmica bruta ao cérebro…

Estimulo rios de tinta a correrem sem o entrave de veredas ou lá o que fôr!...

Escrito em Luanda, Angola, a 6 de Novembro de 2017, por Manuel (D’Angola) de Sousa, com o fito de inspirar e recriar sensibilidades criativas e criadoras, seja de arte, seja de novas invenções ou seja do desenvolvimento tecnológico e socio-filosófico e harmonioso de toda a Sociedade Humana em geral e ao nível Global Terrestre…

2.

“Saltitando Magicamente De Presságios Em Premonições”

Saltito entre presságios e premonições
Fico porém com perguntas crescentes
Estabeleço metas e objectivos vazios
Arrisco jogar uma cartada de magia
Simulo acontecimentos inaceitáveis

Magôo os dedos dos pés à martelada
Pontapeio a maldade com muita força
Lanço-me para dentro de uma rede
Sou capturado como um pescado qualquer
Tenho asas e não sei contudo voar

Saio de mansinho das indefinições
Largo tudo e caio fora da ocasião
Abandono o barco antes que afunde
Incendeio-me igneamente com facilidade
Acendo num autêntico fogo-fátuo-de-artificio

Entretenho-me a ouvir os pios de aves
Canto junto com os pássaros no alto
Vibro comungando o gosto pela vida
Tremo quando a terra estremece o solo
Arrepio-me da cabeça à ponta das unhas

A realidade é surrealisticamente linda
São poucas as dúvidas de sua existência
Repouso sobre o ombro enquanto discirno
Tento empreender a compreensão absoluta
Há algumas questões entravantes que não percebo bem!…

Meto-me com assiduidade a destrinçar os códigos inteligíveis do todo…

Estudar e discernir, senão são dos maiores atributos da curiosidade Humana, face ao saber e ao conhecimento requeridos, para que possamos descobrir e descodificar o absoluto da realidade existencial, com certeza, serão dos principais motivos que nos fazem evoluir, seja como colectividade ou seja no formato individual ou pessoal. A este processo, poderemos acrescentar a evolução civilizacional e a criação e a inovação filosofal e da inteligência…

Escrito em Luanda, Angola, a 5 de Novembro de 2017, por Manuel (D’Angola) de Sousa, em Homenagem à Inteligência Humana e a todas as restantes que, por esse Universo, possam existir, em especial, a Inteligência Cósmica, que a todo o Universo imbui e controla, mantendo-o em ordem estrutural e orgânica…

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