Pintura de Kity Amaral
Texto de Luís Santos
Flor do Lácio
Tal como a poetaram Olavo Bilac e Fernando Pessoa, tal como a
ensinou Agostinho da Silva e nós sintetizámos, tal como a canta, romanceia e
pinta, Caetano Veloso, Mia Couto, Kity Amaral, entre outros mundos de muitos
outros, eis a Língua Portuguesa em todo o seu esplendor;
herdeira de lacianos romanos, integradora de invasores
bárbaros e de arabescas expansões territoriais;
gémea de galicismos de gaita de foles, traduzindo-se em ardente
fusão de galaico-português, irmã de castelhano e andaluz, aparentada com o
basco, e não esquecendo Santiago de Compostela;
nascida que foi no dionisíaco reinado, da aragonesa Isabel,
ao tempo em que o templo deriva em cristo, do Estudo Geral e em que se
favorecem bons ventos para velas latinas à marinha;
ida que vai ao mundo expandida por velozes vias ultramarinas,
ao Brasil, à Índia, ao Tibete, ao Japão, língua franca no índico; tal como
também foram suas irmãs espanholas para o outro lado de Tordesilhas;
Língua de países outrora colonizados, então emancipados,
uniformizada em espírito fraterno de alargada comunidade lusófona;
parceira nas nações unidas, em relações políticas
ibero-sul-americanas, de uma união europeia de paz, apostada em razoáveis trocas
económicas ideais, de trabalho por tempo livre;
por África muito disseminada e um Timor todo virado a uma
varanda de aborígene, e anglófona, oceania:
Centra-se, por agora, em contemplação de uma Catalunha a
votos, por uma Ibéria que se quer simultaneamente unida em suas unidades
autónomas, porventura independentes, assumindo o legado liberal dos valores de
igualdade e fraternidade, de pacifistas amizades, ocupada com coisas simples,
belas, singelas, para todos;
nas históricas relações intercontinentais desta aldeia
global, abrindo-se às infinitas possibilidades ecuménicas, simultaneamente
religiosas e ateias, para que melhor se perceba donde vimos, quem somos, para
onde vamos;
Amém.
Dez. 2017
1 comentário:
Já é a quinta língua mais falada no Mundo?
Bacana.
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