A Margarida passou hoje o dia no escritório, com o pai. 
E não é que a pequenita ajudou-me numas quantas tarefas relativas ao arquivo de documentos? Mas também abriu e despachou o meu correio electrónico, eliminando o lixo circulante e imprimindo aquilo que me interessava. 
“-Hoje sou eu que levo as coisas para o meu pai.” –Disse ela à Mónica segurando numa série de papelada que eu tinha pedido à outra. 
Portugal anda mal. 
Esta palhaçada das cassetes gravadas pelo jornalista do Correio da Manhã já provocou a demissão do Director da Judiciária e de uma assessora de imprensa da Procuradoria-Geral que, supostamente, terá prestado informações indevidas por sequer serem passíveis de terem chegado ao seu conhecimento e além disso sujeitas ao segredo de justiça. 
A pergunta fatal não há quem a faça: quem ganha com isto? 
O jornalismo de encomenda que temos logo tratou de fazer eco das vozes da área do PS e, pasme-se, do Bloco de Esquerda, que vieram a público exigir a demissão do Procurador-Geral. 
É de bradar aos céus, digo eu. O que é que esta gente pretende? 
O caso Casa Pia está assim a ser reduzido, ao nível da opinião pública, a um processo que de violação em violação do segredo da justiça acabará por ser apresentado como uma guerra entre estes e aqueles no contexto da qual os crimes de que saíram acusações mais não são que peças inventadas dessas mesmas vinganças. 
Passarão gerações até que o estado de direito recupere, em Portugal, de toda esta calamidade por que o estão a fazer passar. 
Os maus venceram nesta pátria maldita. 
Até parece que nunca houveram vítimas nem o sofrimento indizível daqueles que viram a sua intimidade violada e a vida despedaçada por um bando de criminosos. 
Em Najaf joga-se mais um episódio da guerra mundial que o terrorismo apocalíptico, naturalmente em aliança com o fanatismo religioso, declarou ao mundo livre que parece teimar em seguir o princípio da avestruz. 
Paira o espectro do totalitarismo sobre o planeta. 
 Alhos Vedros 
  20/08/2004
 
 
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