Óleo sobre Tela 35x27cm
Há uns anos atrás, completei três obras, que pretendiam contar uma história que nunca chegou a ser escrita.
Em todas elas, um dos elementos do quadro interfere com a moldura, criando um desassossego no observador, a que Dali chamou de paranóico-crítico, mas que a mim, mais prosaicamente, me fez lembrar uma quadra de António Aleixo:
Uma mosca sem valor
Poisa c'o a mesma alegria
na careca de um doutor
como em qualquer porcaria.
4 comentários:
Pois é, as moscas sempre primaram pelo atrevimento e, nos dias que correm, temos de reconhecer que elas nos dão um exemplo a seguir. Afinal anda para aí um discurso a querer justificar o injustificável, que nós não somos gente mas matéria, números, números sem rosto que apenas valem pelo valor financeiro que criam.
Mas isto não vem nesta tua pintura, mas poderia vir, pois este prato vazio e moscado bem que poderia ser uma espécie de símbolo do presente, deste presente em que afinal nos querem fazer comer o pão que o diabo amassou, em pratos... Vazios, como este que tão belo aqui nos apresentas.
Gosto particularmente da faca saída da moldura. É sempre um efeito que leva à ilusão de sermos capazes de entrar no quadro, no caso, estender-lhe a mão e agarrar nos talhares. Não para os lavar ou para lavar o prato e isso também não por qualquer falta de vontade de exercer essa tarefa doméstica ou, pior, por uma qualquer negligência que nos fizesse conviver pacificamente com o sujo e a sujidade. Nada disso; antes para os atirar à cara dessas caras sem rosto que aos nossos rostos querem ver arrancada a pele da dignidade.
Darteando, diria eu, para que o mundo possamos ir mudando.
Aquele abraço, companheiro
Luís
Para quê talheres de prata e louça da China?
O que realmente interessa é o seu conteúdo...
O do meu quadro é nada...
nem merda tem! Nem às moscas interessa!
Mudem-se as moscas!!!
Abraço,
António
António!!! Parabens Adoro este teu quadro ehehehehhe
Abraço
Diogo
É um prato sem comida mas mata a fome...
:)
Abraço,
António
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