UM TECTO AZUL
O cegonhito abriu o biquito e exclamou:
- Mãezinha, temos casa com tecto! Já não chove.
- É verdade... tão largo e azul como o céu! Terá caído algum pedaço lá de cima? – interrogou-se a mãe, levantando o seu elegante bico; veio mesmo a calhar, continou ela.
Cá em baixo, Joãozito procurava o seu guarda-chuva. Estava que nem um pinto! A sua cabecita rodou, rodou até que achou. Lá estava ele, o seu guarda-chuva, bem no alto de uma árvore, um pinheiro, mais concretamente.
-Oh! Um ninho de cegonha! Tem um telhado igual ao meu chapéu-de-chuva... mas é ele! Dona Cegonha, dona Cegonha...
- Quem me chama?
- Sou eu, o Joãozito.
- Prazer. E o que queres?
- O meu chapéu que voou com o vento...
- O teu chapéu? Oh, então não caiu do céu! Que pena, vamos ficar outra vez à chuva e ao frio.
- Pois – disse o João pensativo.
Mas logo acrescentou:
- Então vamos fazer uma troca: a Dona Cegonha vem cá abaixo, eu subo para as suas asas e leva-me a sobrevoar os arrozais, o rio e os barcos dos pescadores. Quem sabe se não nos cruzamos com outras primas suas.
Dona Cegonha virou o seu bico para trás fazendo o seu canto de contentamento:
- Boa ideia.
Nem foram precisos juízes e todos ficaram amigos e felizes.
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